Voltei para Poços de Caldas com a sensação de que isto não tem mais volta, que bom!
Ver diversos estandes com marcas de café com o selo FairTrade foi inusitado, pois a maior feira do setor realmente é um termômetro para medir o sucesso, ou não, de uma iniciativa tão inovadora e desafiadora como a de introduzir no mercado brasileiro o movimento para um comércio mais justo que valorize agricultura familiar.
Mas essa sensação não se deve exclusivamente à boa participação dos produtores e das empresas que já apoiam o FairTrade, ela vem crescendo dia após dia.
Um exemplo interessante é a rápida expansão do suco Direto da Fruta no mercado de Poços de Caldas, outro exemplo é a recente assinatura de contrato de uma cooperativa de cafeicultores familiares e uma grande rede de supermercados, para o fornecimento de café com o selo FairTrade.
Em Poços de Caldas cada dia mais pessoas procuram o comitê gestor para saber como aderir ao movimento.
No dia 30 de outubro, a cidade completa dois anos com a certificação de Cidade de Comércio justo (FairTrade Town), no início era apenas um produto, o café, apenas uma marca. Atualmente são diversas marcas de café com o selo de comércio justo, no mercado local já está disponível suco, mel, castanha, e para compra pela internet já é possível adquirir frutas, vinhos, chocolate e até polpa de açaí, a cesta de produtos de comércio justo cresce, e isso aumenta o interesse dos consumidores.
Cafeterias de outros estados, tais como Rio Grande do Sul e Paraná já incluíram em seus cardápios cafés de comércio justo.
Não há dúvidas de que ainda existe muito a ser realizado, o mercado está apenas começando e muitos esperam ver os resultados para depois acreditarem na ideia, mas com certeza o FairTrade já é uma realidade no Brasil. Em Minas, temos o costume de dizer: “quem chega na fonte primeiro, bebe água limpa”.