ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Cenário eleitoral e o mercado de café

POR JOAO ALBERTO BRANDO

P&A MARKETING E EQUIPE

EM 23/09/2014

3 MIN DE LEITURA

0
0
É notório o fato que a colheita de café brasileira move o preço de mercado do produto. Afinal, o país é o maior produtor e exportador de café do mundo. Este ano, todo analista está prestando muita atenção nas condições climáticas das regiões produtoras do Brasil para avaliar os possíveis impactos sobre a colheita do ano que vem.

Como o Brasil tem esse papel importante na formação do preço do café, vale a pena investigar se outros assuntos internos do Brasil, como o cenário eleitoral, também teriam alguma influência no preço internacional da commodity.

Esta correlação é cristalina no mercado de ações brasileiras. Desde junho, toda pesquisa eleitoral que sinaliza alguma chance de vitória da oposição, mesmo que pequena, provoca um impacto positivo no preço das ações. Algo que foi se intensificando, conforme as chances da oposição foram se tornando cada vez maiores, em especial nas últimas semanas com a ascensão da candidata Marina Silva. A mensagem é clara: o mercado acredita que a rentabilidade de longo prazo das empresas listadas em bolsa será melhor com o PT fora do Planalto.

O Gráfico 1 mostra que o índice de ações da Bolsa de São Paulo (IBOVESPA) teve ganhos no dia anterior e/ou no dia da divulgação de todas as pesquisas eleitorais realizadas desde junho. Foram 10 pesquisas do IBOPE ou DATAFOLHA desde então.



Gráfico 1 – Evolução do IBOVESPA desde junho/14 (em pontos). As datas de divulgação das pesquisas eleitorais estão representadas pelas barras que cruzam o gráfico

Já para o mercado de café, esta correlação é inexistente ou aleatória. O Gráfico 2 mostra que os preços do café tiveram altas em 7 dos 10 dias que antecederam ou em que foi divulgada uma pesquisa. Somente no dia da divulgação da pesquisa, os preços do café subiram apenas em 5 ocasiões (contra 8 vezes no caso das ações).


Gráfico 2 – Evolução da cotação do café em Nova Iorque desde junho/14 (em centavos de dólar por libra-peso). As datas de divulgação das pesquisas eleitorais estão representadas pelas barras que cruzam o gráfico
 
Mas esta falta de correlação é questionável quando se nota que nas duas pesquisas mais recentes da amostra, que apontam Marina Silva com grandes possibilidades de vencer as eleições, o preço do café subiu significativamente. No caso da última pesquisa da amostra, a elevação do preço só foi percebida no dia seguinte ao da pesquisa devido ao fechamento do mercado em Nova Iorque em razão de feriado no mesmo dia da pesquisa.

Dado o histórico pouco amistoso de Marina com o setor agropecuário, estas elevações do preço do café podem sinalizar preocupações dos agentes do mercado em relação a futura oferta de café pelo Brasil poder ser afetada por alguma intervenção governamental ou regulatória.

É uma amostra pequena e mais pesquisas eleitorais serão divulgadas até o final das eleições para testar esta hipótese. Eu particularmente considero que seja uma mera coincidência. Em minha opinião, alguns fatores contribuem para a hipótese de falta de correlação entre as eleições brasileiras e o preço do café. São elas:
  • A agricultura brasileira tem tido historicamente uma boa performance e altos ganhos de produtividade. E tudo apesar da agenda política do governante de plantão.
  • Os agentes formadores de preço no mercado de café (e no de commodities, em geral) trabalham com um horizonte de mais curto-prazo. A colheita atual, a colheita do próximo ano, o consumo atual e as mudanças no nível dos estoques são fatores mais importantes na formação do preço do café do que mudanças (e não rupturas) de governo no Brasil, que podem ter um impacto indireto na oferta do produto somente no médio para o longo-prazo.
  • Especificamente no caso de Marina Silva, a pauta ambientalista e de sustentabilidade não deve impactar a oferta de café brasileiro. As fazendas e os métodos de processamento de café no Brasil são considerados de baixo impacto ambiental. Existe margem para aumentar ainda mais a produtividade e a maior parte das potenciais novas áreas de produção não ameaçam a vegetação nativa ou comunidades indígenas. 

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures