Por Comunicação Rehagro
Figura1: Sintoma de deficiência de zinco (Foto: PROCAFÉ )
A imagem acima apresenta a deficiência de zinco, por conta da pouca mobilidade desse nutriente na planta, os sintomas se manifestam nas folhas mais novas, apresentando-se pequenas, cloróticas e lanceoladas. Além disso, ocorre também encurtamento dos internódios. Deve-se ter o cuidado, para não confundir esse sintoma com toxicidade do herbicida glifosato em plantas de café, que podem apresentar sintomas parecidos (figura 2).
Figura 2: Fitotoxicidade de glifosato em cafeeiro. (Foto: Voltolini, 2015)
Nos solos, esse nutriente é fortemente aderido aos minerais oxícidicos do solo, dessa forma, podendo causar deficiência desse nutriente. Além disso, casos de excesso de fósforo podem acarretar em deficiência de Zn devido a precipitação de compostos de P-Zn, inibição não competitiva no processo de absorção e pelo efeito de diluição (FAQUIM, 2005).
O Zinco atua como ativador e componente enzimático, participando de vários processos que ocorrem no metabolismo das plantas, como: fotossíntese, respiração, síntese de aminoácidos e outros. Nesse sentido, é importante o fornecimento desse nutriente para as plantas.
Um estudo feito por Garcia & Salgado (1981) em cafeeiro, com aplicação de 0,325 g de zinco por planta por aplicação, variando as fontes desse nutriente, os autores observaram que o íon acompanhante pode afetar a velocidade da absorção do zinco, nesse sentido, o cloreto, como componente da fonte ou na forma de KCl, promoveu as maiores absorções de zinco pelas folhas do cafeeiro. Por isso, é comum a presença de KCl em soluções de aplicação foliar para auxiliar na absorção. Da mesma forma, o nitrato de zinco também proporcionou maior absorção de zinco pelas folhas (Tabela 1).
Tabela 1: Efeito da fonte sobre a absorção de zinco de cafeeiro
Dose-0,325 g Zn/pl por aplicação; folhas analisadas 60 dias após a 2a aplicação GARCIA & SALGADO (1981)
Portanto, devido a importante função desempenhada pelo zinco no cafeeiro, é importante estar atento aos níveis adequados desse nutriente tanto no solo, quanto na folha. No solo, níveis de zinco abaixo de 1,5 são considerados baixos e entre 1,5-3,0 mg/dm3 são considerados médios (PROCAFÉ). Nas folhas, Malavolta e Vitti mostram os teores adequados de zinco na folha de acordo com os meses do ano (Tabela 2).
Figura 3: Lavoura com excesso de zinco no solo – 15 mg/dm3 – acarretando em sintomas de toxidez desse nutriente.
Tabela 2 Fonte: Adaptado de E. Malavolta / G.C.Vitti
Por isso, é importante monitorar os teores de zinco para tomada de decisão de aplicações de zinco via e solo, e do número de pulverizações com zinco via foliar a serem feitas desse nutriente no período de outubro a abril.