Por José Luiz Tejon Megido*
“Quando o óbvio não vira realidade, a consequência leva a insanidade”. Sobre isso a jornalista Bárbara Tuchman deixou um livro fundamental chamado “A marcha da insensatez”. Começa em Tróia, quando o óbvio era não colocar o presente de grego, o cavalo oco, para dentro de Tróia, mas o óbvio não prevaleceu e todo mundo sabe o que aconteceu.
As três obviedades no agronegócio são:
Óbvio número 1 – Agronegócio sem sustentabilidade vira só agro; não tem negócio. Não adianta reclamar, espernear e politizar. Agro e sustentabilidade é uma coisa só e tem muita gente fazendo. Como em Balsas, Maranhão, onde foi criado agora o corredor da soja responsável até o Porto de Itaqui, apenas um exemplo do óbvio.
Óbvio número 2 – Agronegócio sempre foi uma administração da cadeia produtiva, desde o consumidor e as percepções da sua mente, até o geneticista que cria a semente com produtores, agroindústrias, comércio e serviços reunidos. Logo, sem organização das cadeias produtivas agronegócio é só agro, não tem agregação de valor no negócio.
E o óbvio número 3 – Crescimento do país. O agronegócio é um legado brasileiro dos últimos 50 anos. E significa a única possibilidade de crescimento sustentável do Brasil para buscarmos um Produto Interno Bruto (PIB) digno, em torno de US$ 4 trilhões nesta década. E isso exige um planejamento estratégico nacional do “a” do abacate ao “u” da uva ou “z” do zebu, para dobrar o agro de tamanho e impactar todo PIB brasileiro. Sem planejamento estratégico do agronegócio não teremos nem agro, nem negócio e nem PIB.
O óbvio está na cara. Fazer o óbvio exige vergonha na cara. Lideranças, deixem os egos em casa porque o Brasil só precisa do óbvio; bem feito e já.
*José Luiz Tejon Megido é mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)