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Rentabilidade da produção de café anima produtores de Rondônia

ESPAÇO ABERTO

EM 11/04/2017

3 MIN DE LEITURA

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Por Leonardo Ventura de Araújo*


Foto: Renata Silva / Embrapa Rondônia
Foto: Renata Silva / Embrapa Rondônia


Variações positivas no preço do café têm despertado o interesse e incentivado o cultivo deste grão em Rondônia. O levantamento dos custos de produção do café realizado pela Embrapa Rondônia, em parceria com a Emater-RO e produtores de café no interior do estado, aponta que, em uma propriedade de cinco hectares – módulo padrão das lavouras de café em Rondônia –, o lucro líquido anual médio é de quase R$ 6 mil por mês, aproximadamente seis salários mínimos (Tabela 1). Esta remuneração foi calculada com base nos anos de produção da lavoura, do 3º ao 11º anos após o plantio.


Tabela: Embrapa Rondônia

Esse valor foi obtido por meio de levantamentos de dados com produtores e coleta de preços junto ao comércio local, em que foi possível obter o custo de produção de café canéfora (conilon e robusta), considerando o nível tecnológico que busca a produtividade média de 80 sacas de 60kg do grão beneficiado por hectare, o que perfaz um custo de R$ 180,15/sc. Esse custo leva em consideração todas as despesas com insumos e mão de obra, além também das despesas com beneficiamento da produção. Foram considerados também os custos fixos de produção, tais como: depreciação, remuneração do capital e custo da terra.


Gráfico: Embrapa Rondônia


As despesas com mão de obra na condução da lavoura e na colheita respondem por 40% dos custos totais. Já o dispêndio com fertilizantes é o segundo mais impactante na composição dos custos (19%), seguido dos de beneficiamento da produção (17%).

Vale ressaltar que mudanças na produtividade, valores dos insumos, mão de obra e outros fatores produtivos dimensionados para esta pesquisa podem alterar o custo de produção. O importante é que o cafeicultor conheça os seus custos. Por isso, ele precisa ter tudo na ponta do lápis, para saber onde pode minimizar perdas, ou seja, produzir mais com menos, já que os preços de mercado do café não dependem diretamente dele.

DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA A CAFEICULTURA EM RONDÔNIA
O café está entre as cinco principais commodities agrícolas do país, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa, 2016). Em nível internacional, o Brasil é o principal produtor e exportador (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA, 2016). A expectativa para o estado de Rondônia é que mantenha, nesta safra, o posto de quinto maior produtor nacional de café, com participação de 4%, atrás apenas de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia, responsáveis por 57,2%, 17,3%, 9,92% e 6,71% do total produzido no país, respectivamente.

Apesar do desempenho econômico positivo da cafeicultura rondoniense, alguns fatores relacionados à produção de café precisam ser aprimorados. A atividade em Rondônia ainda é dependente em grande escala da mão de obra, principalmente na colheita. Com o êxodo rural, a escassez deste fator produtivo tem se tornado, cada vez mais, um gargalo maior para a produção de café no estado. Além disso, crises hídricas recentes demonstram que a racionalização do uso da água para irrigação deve ser prioridade para as propriedades produtoras de café, já que a maioria dos plantios irrigados não possui o manejo adequado para este fim, o que onera o sistema e diminui a sustentabilidade ambiental da propriedade.

Foto: Renata Silva / Embrapa Rondônia
Foto: Renata Silva / Embrapa Rondônia

Diante desse cenário, é preciso que políticas públicas incentivem o cultivo de café com alta tecnologia, em substituição aos sistemas tradicionais. A adoção de tecnologia na cafeicultura é interessante para a economia do estado, pois pode contribuir para o aumento da renda do agricultor, tornando atrativa a sua permanência no campo e, consequentemente, possibilitar a redução do êxodo rural.

Outro fator importante é o investimento em pesquisas que busquem aprimorar o sistema de produção de café, como a mecanização parcial ou total da colheita e a eficiência no uso da água pelas plantas, visando à irrigação. Estudos recentes da Embrapa Rondônia demonstraram que a colheita semimecanizada do café canéfora pode reduzir os custos deste processo produtivo em até 60%. Neste contexto, a Embrapa também vem contribuindo por meio do programa de melhoramento genético do café e pesquisas relacionadas à melhoria da produção.

* Leonardo Ventura de Araújo é mestre em Economia e analista da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Rondônia, leonardo.araujo@embrapa.br

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ELDER G. BALDON

NOVA VENÉCIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/04/2017

Quem calculou esses custos esqueceu-se de colocar energia elétrica. 10% a 20% aqui no Es com a crise hídrica, esses custos também sobem quando a pouco rendimento por peso e produção baixa por hectare. O café não é tão bom negócio o quanto afirmam , falo porque sou produtor.
BALNER BARROS

ARIQUEMES - RONDÔNIA

EM 12/03/2018

Sem querer criticar, apenas mencionando que a matéria se refere à Rondônia, neste caso é muito diferente o fator produtividade, visto que em RO a fotossíntese é mais efetiva e o café citado é o clonal, levando todos os números a favor e contra este produto encontra respaldo dentro do estado e a produção realmente está sendo um destaque, lógico que seu comentário está certo, pois você está vivendo em outro estado, talvez seja outro o tipo do café e seus custos são um pouco diferentes da realidade rondoniense, mas estou fazendo aqui minhas pesquisas para implantar uma cultura em minhas terras, seu comentário me é muito bem vindo, obrigado!

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