Por Juliano Tarabal*
O agronegócio, em especial a cafeicultura, setor no qual atuo profissionalmente desde meus 15 anos de idade, possui uma resiliência e capacidade de adaptação gigantesca. Os produtores possuem um foco tão grande na produção que, independente da adversidade que estiverem passando, irão continuar cultivando o solo e as plantas para produzirem.
Nesta safra de 2020 temos inúmeros novos ingredientes. A pandemia chegou em plena colheita e os cafeicultores não tinham a opção de ficar em casa, pois a produção não se faz dentro do escritório ou no conforto do home office.
Você, lendo este texto, provavelmente estará numa bela cadeira ou sofá, ou até mesmo deitado na sua cama. E o produtor, você sabe onde ele está? Na fazenda, na lida, produzindo.
Felizmente, mesmo diante de toda adversidade que estamos vivendo nos últimos 4 meses, o varejo cresceu em vendas. A indústria do café, em grande parte, também cresceu em vendas, e quem sustenta este crescimento, na cadeia do café, na base, são os produtores, que não pararam, o verdadeiro "chão de fabrica" no agro é a lavoura.
E incrivelmente, além de não pararem, os produtores do Cerrado Mineiro implementaram tecnologias de ponta no pós-colheita pensando em gerar valor, em diferenciar a qualidade pra você poder ficar tranquilo no seu home office tomando seu café de alta qualidade. E que legal que você tem está opção de estar em casa, pois os produtores e os trabalhadores do campo não tem.
O produtor precisa de ajuda? Todos precisam de ajuda. Ninguém faz nada sozinho e exatamente por isso trabalhamos na busca da construção de uma cadeia integrada, respeitando e compreendendo o papel de cada elo e buscando interagir com todos eles num processo de empatia pra que todos saiam ganhando e sejam valorizados pelo que fazem.
Mas, muito mais que ajuda, os produtores precisam de reconhecimento da indústria, do trade, do varejo, dos consumidores, de você que está lendo até aqui.
Sabe de onde veio o café que você está tomando? Quem está por trás da produção? Qual a origem? O quão trabalhoso foi pra que a planta cultivada gerasse os grãos que originaram a sua bebida? Além de saber tudo isso, é preciso reconhecer, valorizar.
O produtor, quando tendo a origem e história de seu produto reconhecida e valorizada, recebe um valor que está acima do monetário. É um sentimento de que a identidade dele está sendo preservada, de que todo o esforço que ele teve em produzir valeu a pena pois o nome dele, a história de sua família que está diretamente ligada a tudo que o produto que produziu, está sendo valorizada.
A Região do Cerrado Mineiro pela qual atuo na Federação dos Cafeicultores do Cerrado é a 1º Denominação de Origem para café no Brasil, um título reconhecido pelo INPI, o topo do que uma região pode atingir no Brasil como reconhecimento pela sua excelência e notoriedade.
Buscamos que este reconhecimento seja atingido em toda a cadeia e, para isso, criamos há oito anos o Prêmio Região do Cerrado Mineiro, que elege os produtores dos melhores cafés de cada safra, reconhecendo o trabalho dos produtores de nossa Região, integrando a cadeia, estimulando o desenvolvimento da qualidade e conectando junto as principais cafeterias do Brasil.
Você certamente tem alguma relação com o café, seja por trabalhar na cadeia, seja se você for consumidor. Então, ao tomar uma xícara ou ao fazer seus negócios, não esqueça: o reconhecimento vale mais que dinheiro, e uma forma de se valorizar os produtores é valorizando e reconhecendo sua Origem.
Já que veio até aqui, lhe convido a assistir o vídeo de Lançamento VIII Prêmio Região do Cerrado Mineiro, com algumas imagens exclusivas coletadas nesta safra inesquecível. Um brinde de reconhecimento a todos os produtores, é o que desejo neste momento.
*Juliano Tarabal é Superintendente na Federação dos Cafeicultores do Cerrado e Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro