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Os perigos do plantio de poucos clones na formação de lavouras de conilon

POR CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

E WANDER RAMOS GOMES

ESPAÇO ABERTO

EM 19/01/2017

3 MIN DE LEITURA

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*Por Eng. Agrº Carlos Otávio R. Constantino ¹, Eng. Agrº Ms Wander Ramos Gomes²

O ano de 2016 foi caracterizado por elevação dos preços do café conilon e também por uma grande estiagem em nossa região e no estado como um todo. Com a chegada das chuvas, verificamos o aumento de plantio de novas lavouras de café conilon e também a utilização de poucos clones na formação de novas lavouras.

Os perigos do plantio de poucos clones na formação de lavouras de conilon // Foto: Cooabriel/ Divulgação
Os perigos do plantio de poucos clones na formação de lavouras de conilon // Foto: Cooabriel/ Divulgação


O gênero Coffea é representado por mais de 100 espécies, destacando-se o C. arábica e C. canephora, tendo esta última, dois grandes grupos (Congolense = Robusta e Guineano = Conilon). No Espírito Santo, o C. canephora cultivado é o conilon, cuja espécie é a principal atividade agrícola do estado. Pesquisas publicadas em diversos periódicos científicos têm relatado que no café conilon a fertilização ocorre entre o pólen de uma planta com o estigma da flor de outra planta (panmixia). Portanto, o cruzamento do pólen e o estigma da mesma planta praticamente não produzem frutos, quando produzem não apresenta viabilidade econômica.

Assim, em cultivos comerciais existe a necessidade de haver diferentes plantas (clones), possibilitando que haja a fecundação cruzada e, consequentemente, produção de frutos. Deste modo, verifica-se que não é recomendado cultivar apenas um genótipo – clone (propagação vegetativa, que mantém as características da planta matriz), ou mesmo mais de um, que tenham as mesmas características genéticas.

Verificamos que o produtor motivado pelo alcance de maior produtividade, efetua o plantio de poucos clones (1, 2 ou 3), correndo o grande risco de ter problemas no cruzamento. Salienta-se que mesmo havendo lavouras vizinhas, o pólen não se desloca em grande distância, devido à barreira física que a própria lavoura impõe. O problema aumenta à medida que a idade da lavoura avança e ocorre maior fechamento da mesma, portanto, é errôneo tirar conclusão de lavouras em 1ª e 2ª colheita.

É fundamental que os produtores não plantem poucos clones. Assim, o cultivo de lavouras com número restrito de clones, principalmente, quando se trata de materiais genéticos próximos em relação às suas constituições genéticas, o que somente pode ser avaliado por estudos detalhados, leva à baixa produtividade, reduz a rusticidade, a vida útil, atenua a bianualidade e por consequência, baixa rentabilidade.

Na prática, as lavouras com poucos clones, têm demonstrado maior incidência de pragas e doenças e produtividade sempre abaixo das esperadas // Foto: Cooabriel/ Divulgação

Na prática, as lavouras com poucos clones, têm demonstrado maior incidência de pragas e doenças e produtividade sempre abaixo das esperadas, sendo o produtor motivado a efetuar a renovação antecipada da lavoura.

Lembramos que efetuar plantios de café, exige planejamento no mínimo de seis meses de antecedência. Para escolha do número adequado de clones, definir os arranjos de plantios. É aconselhado plantar uma linha de cada clone. Essa tecnologia não tem custo superior, somente capricho do produtor e viveirista e garante produtividade, longevidade e lucratividade da sua cafeicultura.

Portanto, para se ter uma lavoura com durabilidade de pelo menos 15 anos deve ser evitado o plantio de poucos clones, pois é uma prática muito arriscada. Aconselhamos acima de oito clones.


*Este artigo foi publicado inicialmente no site da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel)
¹ Programa Conilon Eficiente – Cooabriel – ² Ger. da Assistência Técnica da Cooabriel

CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

Engenheiro Agrônomo formado na UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Atua como consultor técnico no Projeto Conilon Eficiente COOABRIEL.

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CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

MIMOSO DO SUL - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/02/2017

Prezado Reinaldo, considerando um plantio de 30 mil plantas e se plantando ao menos 10 clones, o ideal são 3.000 plantas de cada clone e sempre se plantando uma linha de cada clone, fazendo uma sequência dos dez clones e depois voltando a mesma sequência!
REINALDO

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - ESTUDANTE

EM 08/02/2017

Prezado Carlos, como iniciante no plantio de cafe conilon porem estudioso sobre os assunto, ainda me restam algumas duvidas e por isso gostaria de saber alem da importancia da quantidade de clones em uma lavoura qual a proporçao entre eles um plantio de trinta mil plantas.


CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

MIMOSO DO SUL - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/01/2017

Prezado Frederico, agradeço pelo seu comentário e contribuição! Realmente este é um tema de grande importância para a cafeicultura do conilon! Abraço.
FREDERICO DE ALMEIDA DAHER

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/01/2017

  Prezados Carlos Otávio e Wander Gomes;

  Muito boa  a matéria em que vocês abordam ,com maestria,a questão equivocada de muitos produtores de conilon que optam pelo plantio de poucos clones sob a alegação de que são os mais produtivos.Com essa atitude estão afunilando a base genética das lavouras expondo-as as situações limites de praguejamento inesperado além de comprometerem a eficiência produtiva das lavouras.Nós do CETCAF temos discutido a exaustão essa questão com os cafeicultores de maneira a alertá-los para esse problema real.Felizmente muitos estão conscientes dos riscos e têm evitado a reincidência nesse equívoco .

Parabéns por mais esse alerta.

Frederico de Almeida Daher

Superintendente do CETCAF


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