“Nos últimos anos observamos uma crescente valorização dos cafés do ponto de vista do interior da propriedade. Da porteira para dentro, como se diz”.
Cada vez mais o produtor brasileiro está entendendo a nova forma de trabalhar na cafeicultura, conectando-se com os players do mercado e se organizando a fim de promover sua propriedade e sua região.
Por um lado o produtor busca alternativas para inserir seu produto no mercado. De outro lado, parte do mercado, mais consciente, também se inova valorizando continuamente os esforços dos produtores na busca de uma gestão eficiente da sua propriedade e, consequentemente, remunerando melhor o café produzido nestes moldes.
Essa valorização se faz sentir no mercado interno, mas num ritmo bem lento. O preço mínimo estabelecido ainda não cobre o real custo de produção, precisamos estabelecer uma melhor política que atenda o valor justo por saca. A mão de obra e os insumos utilizados nas regiões brasileiras oneram muito a produção. No final não se obtém o justo preço.
Um sinal de mudança na indústria nacional é uma forma de trabalho com vistas a valorizar mais os cafés de qualidade.
Neste sentido, os concursos desempenham um papel muito importante, pois representam uma forma efetiva de agregar valor e promover os cafés de qualidade oferecendo para os consumidores um produto bom e resultante de uma produção ancorada nos pilares da sustentabilidade.
“Num setor em crescimento, entendo que o mercado começa a perceber a necessidade de colocar nas prateleiras do país cafés de qualidade, um produto com história e origem reconhecidas".
**Cíntia de Matos é presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café no Brasil - IWCA