Por Bruno Custódio*
O agronegócio é um setor que sempre contou com muitas inovações tecnológicas nas áreas de produção, máquinas, implementos e insumos, mas manteve-se distante, por muito tempo, das tecnologias de gestão e controle. Este cenário, no entanto, tem mudado radicalmente nos últimos anos com a adoção em massa deste tipo de tecnologia.
De modo geral, estes modelos tecnológicos permitem aos gestores a obtenção de informações de seus ambientes internos e informações de mercado, com mais agilidade e assertividade para melhorar as tomadas de decisão, além de simplificar o compliance frente aos cenários fiscais dos países em que atuam.
O poder da tecnologia no crescimento do agronegócio
Em um ano atípico, como 2020, o setor do Agronegócio caminhou na contramão da economia e atingiu crescimento recorde em relação ao PIB brasileiro. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea ), o agronegócio alcançou participação de 26,6% no PIB de 2020, contra 20,5% em 2019.
De forma sucinta, podemos alinhar este crescimento significativo a esta adesão em massa de tecnologias de gestão empresarial, além das melhorias nas tecnologias de máquinas, implementos e insumos, como dito anteriormente. Este tipo de investimento garante mais controle, qualidade e agilidade para toda cadeia produtiva do agronegócio, além de permitir que o segmento produza maiores volumes dentro das mesmas áreas produtivas de anos anteriores.
O período de pandemia em 2020, além de forçar o afastamento das pessoas e a descentralização de posições que geralmente estavam lado a lado nos escritórios, impulsionou ainda mais as exportações do país. Este cenário exige maior controle e rastreabilidade na produção e operação, além de protocolos mais rígidos de qualidade nas commodities vendidas. Ou seja, todo esse movimento leva à necessidade de grandes investimentos em tecnologia da informação, impactando diretamente na cultura de gestão e na digitalização dessas empresas.
Desafios do agronegócio para 2021
Os desafios seguintes para o segmento estão vinculados, principalmente, à utilização de infraestruturas que entreguem segurança, escalabilidade, performance e estabilidade, além de permitirem total interconectividade para a centralização dos dados de software e automações (IoT). Estas infraestruturas serão responsáveis por simplificar a rotina das áreas que demandam tecnologias capazes de melhorar os processos de gestão e qualidade da informação.
Além de um controle mais rígido e informações precisas sobre a gestão do negócio, este tipo de tecnologia possibilita o uso adequado dos recursos produtivos, evitando paradas e desperdícios e entregando previsibilidade para a cadeia de abastecimento.
Desta forma, para interpor estes desafios, uma das principais tendências é a adoção de recursos de nuvem. Embora não façam parte das atividades fins do agronegócio, este tipo de tecnologia simplifica a disponibilidade de recursos computacionais para softwares e automação, além de trazer mobilidade e segurança para as operações, com investimentos totalmente aderentes às necessidades daquele determinado momento.
*Bruno Custódio é Diretor Comercial da Sky.One, startup especializada no desenvolvimento de plataformas que automatizam e facilitam o uso da computação em nuvem.