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O café brasileiro é sustentável e os compradores sabem disso |
EDUARDO CESAR SILVA
Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café.
Doutorando em administração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em administração pela mesma instituição.
É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.
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EDUARDO CESAR SILVALAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 20/04/2016
Caro Cláudio,
Penso da mesma maneira! E essa mudança já está acontecendo, a região do Cerrado é um exemplo disso. E mesmo sem uma coordenação específica para isso, o próprio mercado reconhece a qualidade do café brasileiro. Toda vez que uma multinacional lança uma edição de café especial ou sustentável estampando o nome "Brazil", nossa imagem melhora. Claro que, se os cafeicultores se organizarem, serão capazes de fazer muito mais. Abraços, Eduardo |
EDUARDO CESAR SILVALAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 20/04/2016
Caro Marden,
Excelentes considerações! Concordo que o poder público pouco ou nada fará a respeito disso, pelo menos de forma direta. Mas é importante notar que as universidades e instituições de pesquisa, financiadas com dinheiro público, contribuem para a sustentabilidade da cafeicultura nacional por meio das pesquisas. Como eu citei na minha análise, os estrangeiros que visitam o setor de café da UFLA com certeza saem daqui com uma imagem positiva. Existem vários blogs em inglês, de baristas e outros especialistas em café, que retratam a cafeicultura brasileira de maneira positiva. Abraços, Eduardo |
CLÁUDIO BARBOSARIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 18/04/2016
Boa tarde, Eduardo e Marden: belos artigo e posicionamento, diria que sem retoques, mas me permitirei um comentário: acho que já está na hora dos produtores de café do Brasil esquecerem o Estado e se organizarem privadamente para produzir ações de seu interesse, e não somente porque nosso Estado está e continuará falido, de maneira muito clara, também do ponto de vista conceitual: temos os instrumentos e a tecnologia para tal, falta a vontade - não me parece nem um pouco razoável que cidadãos de um país, se me permitem assim dizer, que tem a maior cooperativa de café do mundo, não consigam coordenar ações capazes de divulgar ou defender posições corretas, ou mesmo de simples márquetim junto à comunidade internacional, sem depender do eterno "pai de todos", o horroroso Estado brasileiro.
Cláudio Barbosa. |
MARDEN CICARELLIMONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 18/04/2016
Prof. Eduardo,
Já havia lido ambos os relatórios, e minha percepção é que de fato aquilo parece ser mais uma campanha direcionada para desvalorizar a cafeicultura brasileira. Como o país está literalmente afogado em questões políticas internas, não tem a menor condição de elaborar um contra-ataque de marketing, político ou até diplomático. Aliás, dado nosso posicionamento recente nesta área, eu diria que mesmo que estivéssemos em tempos mais, digamos, amenos, não haveria algum movimento a favor de nossa cafeicultura. Sabemos que os produtores brasileiros, via de regra, são obrigados a seguir uma legislação extremamente rígida, tanto de ordem trabalhista quanto ambiental, mesmo aqueles que não possuem uma certificação oficial. Claro que há as exceções, tanto que os relatórios foram realmente elaborados sobre casos reais. Entretanto, tomou-se a exceção como regra, e isso para mim mostra claramente o viés de ambos os relatórios: como nós, brasileiros, sabemos como produzir, e produzir bem, há setores que se movem utilizando táticas pouco honestas. Recentemente, um amigo visitou um país produtor e conheceu um grande cafeicultor, que "produz" 80mil sacas anuais, boa parte certificada. Ele possui uma área ínfima em produção. Praticamente toda sua produção, é simplesmente adquirida de pequenos produtores que não têm acesso ao mercado, a um preço baixíssimo e entra no mercado como se fosse produção própria. E tudo isso sob um selo de certificação, exibido em sua marca própria de café exportado para mercados consumidores. Enfim, duas coisas ficam muito claras: (i) deveríamos ser defendidos pelo poder público, mas este está preocupado apenas com sua manutenção no poder; e (ii) há dois pesos e duas medidas quando se trata da sustentabilidade ambiental e social pregada pelas certificações, pois não há, dentre os países produtores, nenhum cuja legislação chegue sequer perto da nossa, embora haja ali vários produtores tão "certificados" quanto nós. De qualquer forma, obrigado por colocar o assunto em pauta. Precisamos discutir esse problema de maneira séria, sob o risco de sermos simplesmente engolidos por campanhas de difamação e aceitarmos tacitamente o deságio sob nosso produto. Saudações. |
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