Por Elaine Rodrigues*
Recentemente, foi divulgada a segunda edição da pesquisa “Mulheres na Alimentação & Agricultura”, desenvolvida pela Agribriefing. Ela revelou que 59,12% das mulheres entrevistadas acreditam que a indústria está se tornando mais inclusiva.
Além disso, algumas variações entre as duas edições do levantamento, realizadas em 2019 e 2020, merecem destaque. Na primeira pesquisa, 75% das mulheres responderam que a falta de mentores era uma barreira significativa. Já na segunda, o número foi de 68,9%. Em 2019, 65% das mulheres disseram que a falta de networking era um obstáculo importante, já em 2020, esse percentual caiu para 47,3%. Ainda, na primeira edição, 68% das mulheres afirmaram que igualdade salarial é uma barreira. Na segunda, esse dado caiu para 59,5%.
Todos esses dados enfatizam que estamos progredindo, mas que ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Hoje, as mulheres ocupam o seu espaço em diversas áreas da indústria agroalimentícia, incluindo setores administrativos e do campo. Para entendermos toda a evolução conquistada até aqui, precisamos olhar para a história, na qual temos grandes exemplos de mulheres que buscaram e lutaram para demonstrar que somos capazes. Ainda existem muitos desafios para que a cultura seja modificada em todas as esferas, mas o avanço que percebemos hoje só foi possível pela articulação de importantes atores, homens e mulheres, visando construírem juntos um cenário mais otimista.
Neste caminho, em que se busca um setor mais inclusivo, alguns pontos são importantes, entre eles o incentivo à educação. Ingressar em grupos preponderantemente masculinos é desafiador, mas, se manter também é. Sendo assim, a atualização profissional deve ser fomentada. Além disso, para crescermos em papéis de liderança, devemos desmistificar que algumas posições são preponderantemente masculinas, porque isso só faz a lacuna aumentar. Havia um conceito de que as mulheres eram muito emocionais e, talvez não estivessem aptas a liderar. Hoje sabemos que a resiliência emocional é parte do ser humano e todos devemos buscar esse desenvolvimento para que tenhamos equipes saudáveis e bem-sucedidas.
Com o objetivo de contribuir para a ascensão feminina na agroindústria, destaco projetos desenvolvidos na Alltech, tais como programas de mentoria, eventos voltados à capacitação profissional e aulas de idiomas, acreditando no poder da educação e capacitação como ferramenta de crescimento profissional.
Dessa forma, olho para o futuro com lentes otimistas! Não podemos frear o avanço conquistado até aqui. As adversidades são parte da vida do ser humano e, no momento que nos preparamos para elas, ocupamos funções jamais antes pensadas. As mulheres avançaram em muitas áreas e isso nos dá a visão clara de que o progresso é possível e real!
*Elaine Rodrigues é diretora administrativa para América Latina da Alltech.