Por Daterra Coffee*
A produtora de cafés especiais Daterra, do Brasil, assumiu o compromisso público de aumentar em 50% seu sequestro de CO2 até 2030. A produtora, que é a única fazenda de café B Corp no mundo e segue as métricas ESG, já é carbono-negativa. A Daterra está agora expandindo ainda mais sua contribuição para mitigar as mudanças climáticas que colocam em risco a própria existência do café.
Segundo Isabela Pascoal, diretora de Sustentabilidade da Daterra, o agronegócio tem papel fundamental na promoção de impactos positivos no clima. “A agricultura tem sido vista como uma das principais causas do aquecimento global, mas a nova agricultura regenerativa pode ser uma parte importante da solução” diz ela. “Todo o negócio do café é baseado em árvores - árvores de café. Essas plantas sequestram o carbono da atmosfera e o transformam em galhos, folhas e grãos de café. Nossa gestão agrícola foi desenhada para melhorar a saúde do solo: não só o solo rico em biodiversidade produz um café melhor, mas também colabora com a solução para as mudanças climáticas”, explica Isabela.
Hoje, 53% das terras da Daterra são exclusivamente destinadas à preservação ambiental e mais de 340 hectares já foram reflorestados no entorno da fazenda, o que significa mais de 610 mil árvores nativas plantadas pela empresa desde o início de suas operações na região do Cerrado. “Florestas de vida selvagem coexistem com plantações de café. Fizemos vários bosques e corredores ecológicos para a vida e reprodução de animais silvestres. Afinal, essa terra é a casa deles” diz Isabela. As áreas de preservação ambiental e reflorestamento da fazenda detêm o expressivo número de mais de 1,2 milhão de toneladas de CO2 equivalente armazenados segundo avaliação do Instituto Imaflora. “É um ativo permanente, carbono sequestrado que é preservado em forma de florestas”, acrescenta Isabela.
A Daterra tem 2.800 hectares (6.919 acres) em produção, o que significa 11,7 milhões de pés de café sequestrando carbono à medida que crescem. Com isso, a empresa produz 90 mil sacas de café carbono negativo ao ano, com crédito de carbono de mais de 40kg de CO2 equivalente para cada saca de café entregue no porto. O Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Daterra, Gabriel Agrelli, explica que a empresa não tem intenção de usar o carbono como moeda: “Cada vez mais empresas estão começando a ver os créditos de carbono como um produto valioso. A Daterra não opera no segmento de CO2. Nosso desafio é produzir um café melhor para o planeta e, se isso nos torna capazes de produzir créditos de carbono, esse valor deve ser estendido à nossa rede de distribuidores, torrefadores e cafeterias, como um valor intrínseco do nosso trabalho”.
O instituto World Coffee Research estima que as terras adequadas para a produção de café serão reduzidas à metade até 2050 devido às mudanças climáticas. A Daterra acredita que as empresas devem agir imediatamente e está montando um programa para oferecer créditos de carbono aos compradores de café de sua cadeia produtiva. “Torrar café gera CO2, o que preocupa nossos parceiros. Eles poderão usar esses créditos concedidos por nós como forma de compensar suas emissões. Nosso objetivo é compartilhar o valor desses créditos, ajudando nossa cadeia de distribuição de café a ser neutra em carbono, da semente à xícara” explica Gabriel. O programa da cadeia de café neutro em carbono da Daterra será lançado antes do final de 2021 e a empresa espera ter 100% de seus clientes diretos inscritos no projeto até 2023.
“A Daterra já é uma empresa negativa para o carbono e amiga do clima, mas podemos fazer mais. A própria existência do café depende do combate às mudanças climáticas. Queremos ajudar usando uma habilidade que nosso negócio nos ensinou: o plantio”, completa Isabela.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, a humanidade deve plantar 1 trilhão de árvores na próxima década para combater as mudanças climáticas. “Assumimos o compromisso público de ajudar a regenerar os ecossistemas brasileiros plantando 3 milhões de árvores até 2030. Esta é a nossa contribuição para a agenda global de mitigação das mudanças climáticas. É uma meta muito grande, mas poderemos realizar em parceria com nossos clientes e a administração pública das cidades do entorno de nossa fazenda”, explica.
A produtora de café também tem grandes projetos para a regeneração do solo para aumentar o sequestro de CO2, melhorando a produção e a qualidade. A empresa aumentará sua produção e uso de composto orgânico em 50% até 2023.
Além de ser uma B Corp, a Daterra foi a primeira fazenda certificada pela Rainforest Alliance no Brasil e foi premiada em 2015 como a fazenda mais sustentável do país pela revista Globo Rural.