Por Maxwell Soares da Silva, especialista agronômico da Netafim
Em meio à forte crise hídrica que o país vem atravessando no ano de 2021, surgem questões quanto ao uso da água na agricultura, mas a grande pergunta é: como diminuir o consumo sem perder a produtividade e qualidade no momento da colheita, tendo em vista o papel econômico e social que a agricultura assumiu no Brasil, sendo responsável por aumentar de forma significante o PIB ano após ano?
Segundo a FAO, até o ano de 2050 o mundo irá demandar um aumento na oferta de alimentos em cerca de 60% e de água em 40%. Para se chegar nessa quantidade, a irrigação é uma ótima ferramenta, pois é uma técnica que atenua os impactos que as variáveis climáticas trazem para a agricultura. O Brasil, segundo a ministra da agricultura Tereza Cristina, durante o seminário “Irrigar é alimentar”, tem apenas 3% de sua produção agrícola irrigada, sendo que a média mundial é de 20%.
A irrigação por gotejamento é uma técnica que disponibiliza água e nutrientes de forma localizada, diretamente na região radicular da planta. Um fator preponderante que visa a melhor utilização da água está no momento da concepção do projeto, o planejamento é realizado observando algumas características como o tipo de solo, topografia e cultura a ser cultivada. Visando disponibilizar a quantidade ideal de água para o cultivo sem desperdícios por lixiviação, além de utilizar ferramentas de monitoramento de umidade do solo e gestão de sistema de bombeamento através de softwares que garantem ao produtor a possibilidade de gerir com destreza o uso da água, e como resultado ter uma lavoura com ótimos resultados de maneira mais sustentável e produtiva.
Com as mudanças climáticas afetando diretamente a produção no campo, a irrigação por gotejamento, seja de forma superficial ou subterrânea, já tem, e terá cada vez mais, papel de protagonista no que diz respeito a segurança alimentar, garantindo regularidade na oferta de alimentos, sem esquecer-se da sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente.