Por Conselho Nacional do Café
Nas últimas semanas, o preço do café bateu recorde histórico na ICE (bolsa de valores de Nova York), ficando acima dos US$ 200,00 centavos por libra-peso. Nem mesmo o mais otimista envolvido na cadeia café assumia a possibilidade de que os preços atingissem esse patamar. Porém, nos lembramos do Segundo Fórum Mundial de países produtores de café, realizado em 2019, na cidade de Campinas (SP), onde declaramos que esses números eram possíveis de acontecer.
Acreditávamos ser possível chegar a esses valores com preços remuneradores, com uma renda próspera, com uma produção pujante e um mercado aquecido. Não é o que estamos vivenciando. A limitação da oferta, somada à falta de informação sobre os estoques de passagem, atrelado aos últimos eventos climáticos (seca e geada), instabilidade do câmbio, além do aumento do custo dos fretes e falta de contêineres, agravam mais esse cenário.
Como representantes da produção cafeeira, lamentamos que o preço esteja se elevando em função de clima, câmbio, juros altos, inflação crescente, combustíveis com preços exorbitantes, altos custos de produção. Gostaríamos que os preços elevados ocorressem de maneira natural.
O Conselho Nacional do Café (CNC) vem acompanhando diariamente as intercorrências climáticas e mercadológicas. Trabalhamos para mostrar a todos o quanto o café brasileiro é sustentável. Lutamos por liberação de recursos para não haver concentração de oferta e fazemos gestão para que existam emendas parlamentares voltadas à pesquisa.
Outro ponto importante é que – a exemplo de outros membros do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) – divulgamos nosso café mundialmente. Recentemente, comemoramos o 1º de Outubro (Dia Internacional do Café) promovendo nossa cafeicultura junto aos consumidores americanos. A embaixada brasileira em Nova York solicitou materiais publicitários e institucionais para a divulgação do café brasileiro em evento internacional, e de pronto atendemos.
Fomentamos também o mercado interno utilizando todos os recursos de marketing e comunicação, a exemplo do vídeo alusivo às comemorações do Dia Internacional do Café. O material foi impulsionando alcançando excelentes patamares de visualização.
Reiteramos nossa preocupação com o atraso na publicação dos estoques de passagem, para que o mercado não especule e os preços possam ser verdadeiramente rentáveis ao produtor, evitando assim que muitos abandonem a cafeicultura, migrem para outras culturas, ou pior, promovam o êxodo rural.