Por Daniel Sala de Faria
Hoje, dia 24 de maio, é celebrado o Dia Nacional do Café, uma bebida presente de forma expressiva no cotidiano de grande parte da população brasileira. Além de o País ser o segundo maior consumidor do produto no mundo, o que muitas pessoas não sabem é que o Brasil se destaca não apenas no consumo, mas também na produção e comercialização do grão. Segundo a Organização Internacional do Café, em estudo coordenado pela Embrapa, o País atingiu a marca de 51 milhões de sacas produzidas dos tipos arabica e robusta, número que corresponde a 31,9% da produção mundial no ano-safra 2017/18.
É importante destacar que estamos em um patamar competitivo, em termos de excelência do produto, com a Colômbia, país vizinho ao nosso, que, atualmente, representa cerca de 8,8% da produção mundial. No entanto, além de nosso café ser tão qualificado quanto o colombiano, temos um componente diferencial que reside na tecnologia de produção, consideravelmente superior quando realizada a comparação entre os dois países. Para que os produtores cafeeiros brasileiros alcancem e se estabeleçam em novos mercados (em especial, o Europeu), há recomendações valiosas que podem ser feitas.
Ao pequeno produtor, é fundamental buscar qualificação e aprendizado sobre as técnicas usuais e recomendadas, especialmente quando chega o período de pós-colheita, no qual ele deve se atentar ao momento adequado para a colheita do café da planta, realizar a secagem e tratar o benefício até a chegada do produto ao cliente final. Já o grande produtor, dentre suas principais metas para ter sucesso, deve figurar a busca pelas certificações, como os selos de Pureza, Qualidade e Sustentabilidade, entre outros voltados a avaliações ambientais e trabalhistas. Munidos de um bom currículo, eles demonstram sua preocupação em questões relacionadas à segurança e ética nas lavouras, além de reforçarem a garantia de um ótimo produto.
Não podemos deixar de destacar também que uma das grandes dificuldades encontradas na cultura é a renovação do parque cafeeiro, já que diversas pragas, doenças e plantas daninhas acometem e prejudicam sensivelmente a qualidade do solo ao demandarem mudanças drásticas no espaço de plantio. Os nematoides, por exemplo, podem representar perdas de até 40% no plantio das mudas, caso não sejam identificados ainda em fase inicial. Para isso, o mercado oferece tecnologias capazes de propiciar melhores condições de desenvolvimento da planta e reduzir os riscos de perdas econômicas.
É possível celebrar, de forma incontestável, o enorme protagonismo que o setor exerce em escala mundial. Contudo, e até mesmo motivados por essa razão, precisamos manter esse desempenho e investir no ingresso massivo em mercados ainda mais diversificados. Que todos possam recordar, durante os mais árduos e intensos dias de trabalho, todo esse valor e potencial traduzido nas mesas, xícaras e conversas embaladas pelo café brasileiro por todo o planeta.
*Daniel Sala de Faria é Engenheiro Agrônomo de Desenvolvimento de Mercado na empresa de agroquímicos Adama