A colheita já se intensifica em várias praças e os primeiros lotes já começam a chegar ao mercado.
A safra 2007/08 teve início em maio e, a partir de agora, a colheita se intensifica cada vez mais. Nessa safra, o Brasil deverá produzir menos café, devido à bianualidade da cultura. Os primeiros lotes já começaram a chegar ao mercado e nota-se que o produto é negociado sem deságio em relação à safra anterior, segundo especialistas, devido à boa qualidade dos primeiros grãos colhidos.
A Organização Internacional do Café (OIC) em seu último relatório, de 17 de maio, estimou que a produção mundial na safra 2007/08 deverá ficar em 112 milhões de sacas, queda de 7,4% em relação à safra 2006/07, que foi de 121 milhões de sacas. O relatório ainda cita que é provável que haja déficit mundial de produção, de 6 a 8 milhões de sacas quanto ao consumo.
De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), o volume exportado em abril foi de 2,07 milhões sacas, crescimento de 13,7% em comparação a abril de 2006, quando foram negociados 1,83 milhão de sacas. No acumulado de 2007, de janeiro até abril, foram transacionadas 8.908.921 sacas, elevação de 16,8% se comparado ao mesmo período do ano passado (7.624.559 de sacas).
O mercado físico continua fraco, os compradores têm mostrado interesse na comercialização de café, mas os preços oferecidos não atraem os vendedores. A cotação média da saca de café arábica, bica corrida, tipo 6, na região do Sul de Minas era de R$ 235,29/saca em 25 de maio, resultando alta de 6% no mês, segundo o Centro de Estudo de Economia Aplicada (Cepea).
As cotações dos contratos futuros na BM&F fecharam, em 25 de maio, a US$ 134,00/saca para o vencimento julho/07; US$137,95/saca para setembro/07; US$142,85/saca para dezembro/07; US$146,60/saca para março/08; e US$149,05/saca para setembro/08.
Na Nybot, as cotações de fechamento do mesmo dia ficaram em US$¢ 112,90/lp para julho/07; US$¢ 115,65/lp para setembro/07; US$¢ 119,35/lp para dezembro/07; US$¢ 122,85/lp para março/08; US$¢ 125,05/lp para maio/08; e US$¢ 131,95/lp para dezembro/08.
Gráfico 1: Evolução dos preços futuros de café arábica
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O retorno diário dos preços do contrato futuro de café arábica, para o vencimento julho/07, situou-se entre o máximo de 2,78%, em 17 de maio, e o mínimo de -1,36%, em 7 de maio (Gráfico 2). A volatilidade dos preços é decorrente do clima mais frio, com possibilidades de ocorrências de geada.
Gráfico 2: Retorno diário do futuro de café arábica - vencimento julho de 2007
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O spread - diferencial de preços - entre os contratos de café arábica negociados na BM&F com os meses de setembro/07 e dezembro/07 apresenta declínio de 25% entre 2 e 14 de maio (Gráfico 3). No começo do mês, os preços futuros BM&F estavam acompanhando a queda da bolsa norte-americana.
Gráfico 3: Spread entre os vencimentos setembro/07 x dezembro/07
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Quando os preços começaram a reagir, principalmente devido ao temor de geada no Brasil, o vencimento setembro teve porcentagem de alta maior que o vencimento dezembro. Na BM&F, o mercado futuro e de opções de café arábica negociou 61.877 contratos em abril de 2007, alta de 33,6%, se comparado a abril de 2006 (46.309 sacas). Até 25 de maio, foram 55.566 contratos, crescimento de 99,1% em relação ao mesmo período de 2006 (27.904), com 31.751 contratos abertos de café arábica, novo recorde da mercadoria na BM&F.
Destaca-se que, na BM&F, é a primeira vez que se negociou o contrato de café arábica com mais de 30.000 contratos abertos. Os estoques de café certificados pelo Departamento de Classificação chegaram a 409.500 sacas, incremento de 242% em relação à mesma época de 2006.