Com o intuito de garantir preço mínimo para o produtor, o governo espera comercializar 6 milhões de sacas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou, em dia 22 de março, o lançamento de opções privadas de café para a safra 2007/08 com vencimento para os meses de outubro e novembro. O volume dos recursos é de R$ 200 milhões, podendo atingir 6 milhões de sacas; das 32,3 milhões de sacas estimadas, segundo o último levantamento realizado pela Conab para a safra 2007/08. Com a adoção dessa política, o governo espera eliminar a questão cíclica que envolve a cultura cafeeira dando suporte aos preços e reduzindo o risco de baixa na hora de comercialização. Dessa forma, pretende assegurar um preço mínimo para o produtor no momento de comercializar a nova safra colhida.
Em pico de entressafra, o mercado físico continua em ritmo lento com os produtores à espera de uma reação dos preços que continuam a trajetória de queda no ano. A cotação média da saca de café arábica, bica corrida, tipo 6, na região da Alta Mogiana, até 27 de março, acumula queda no mês de 5,8%, cotado a R$ 249,38/saca, segundo o Centro de Estudo de Economia Aplicada (Cepea).
As exportações de café seguem com um bom volume embarcado. Em fevereiro, foram exportados no Brasil 2,1 milhões de sacas, incremento de 14,3% em relação ao mesmo período de 2006 (1,8 milhão). No primeiro bimestre de 2007, o volume exportado representa elevação de 20,2% em relação ao mesmo período do ano anterior (4,4 milhões de sacas), enquanto o volume financeiro aumentou em 37,1% (US$593 milhões) ante US$ 433 milhões do ano anterior, segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
No mercado futuro, as cotações na BM&F fecharam, em 27 de março, a US$ 134,20/saca para o vencimento maio/07; US$ 138,20/saca para julho/07; US$ 141,95/ saca para setembro/07; US$ 147,00/saca para dezembro/07; e US$ 152,90/saca para setembro/08 (gráfico 1). Na Nybot, as cotações encerraram em US$¢ 112,45/lp para maio/07; US$¢ 115,25/lp para julho/07; US$¢ 118,05/lp para setembro/07; US$¢ 121,55/lp para dezembro/07; e US$¢ 130,60/lp para o vencimento setembro/08.
Gráfico 1 - Evolução dos preços futuros do café arábica.
O retorno diário dos preços do contrato futuro de café arábica, para o vencimento maio/07, negociado na BM&F em março, situou-se entre o máximo de 2,88% e o mínimo de -2,87% nos dias 21 e 5 de março, respectivamente (gráfico 2). Esse período analisado caracterizou-se por um mercado com fortes oscilações dos preços devido ao anúncio do governo sobre o lançamento de opções e também em virtude da alta volatilidade que os mercados mundiais sofrem, segundo as consultorias.
Gráfico 2 - Retorno diário do contrato futuro de café arábica, vencimento maio/07.
A análise dos preços entre BM&F e Nybot (gráfico 3) demonstra que o diferencial do café entre as bolsas segue trajetória de redução influenciada principalmente pela desvalorização cambial e pela ausência de vendedores que procuram não fechar negócios nos patamares de preços praticados.
Gráfico 3 - Diferencial de preços entre BM&F e Nybot (2004 - 2007)
O mercado futuro de café arábica transacionou 57.733 contratos em fevereiro, 30,9% acima do mesmo mês de 2006 (44.096) e 20,3% superior a janeiro de 2007 (47.978). As opções de café negociaram 1.436 contratos em fevereiro de 2007, ante 5.141 em fevereiro de 2006 e 2.489 em janeiro de 2006. Em março, até o dia 27 inclusive, foram transacionados 51.043 contratos, média diária de 268 mil sacas negociadas. No ano, o volume foi de 156.754 contratos, incremento de 10,7% em relação aos três primeiros meses de 2006 (141.574).
O estoque de café certificado pelo Departamento de Classificação da BM&F, até 27 de março, era de 528.600 sacas, significando um incremento de 292% em relação ao mesmo período de 2006 (134.700 sacas).