Os preços praticados afastam vendedores que esperam preços melhores para comercializar os grãos.
O mercado de café continua à espera de definições para a safra 2007/2008. Os preços, de acordo com o mercado, seguem sustentados com a expectativa de safra reduzida e de baixa qualidade dos grãos devido à bienalidade da cultura e pela florada irregular prejudicada pela deficiência hídrica nas áreas cafeeiras.
Em setembro, os estoques mundiais de café verde foram de 21,2 milhões de sacas, atingindo o maior volume estocado neste ano. Em comparação com o mesmo período de 2005 (23.704 mil sacas), houve queda de 10,1%, segundo a Organização Internacional do Café (OIC). Considerado baixo para o mês de setembro, o volume atual justifica-se pela colheita tardia da safra brasileira.
As exportações de café no mês de outubro ficaram em 2,41 milhões de sacas, contra 2,31 milhões do mês anterior, acréscimo de 4,3%. Em relação a outubro de 2005, houve incremento de 10,6% (2,18 milhões de sacas). Quanto à receita cambial, o volume exportado foi de US$301 milhões, 20,2% a mais quando comparado com o mesmo período do ano anterior (US$250 milhões), conforme o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafe). Apesar do dólar desvalorizado, as cotações internacionais estão em patamares historicamente altos.
O mercado físico está calmo com a ausência de vendedores, que aguardam por preços melhores. A cotação média da saca de café arábica - bica corrida, tipo 6, na região do Cerrado Mineiro - acumula alta no mês de 12,3% até 22 de novembro, cotado a R$273,33/saca, segundo o Centro de Estudos de Economia Aplicada (Cepea).
As cotações dos contratos futuros na BM&F (gráfico 1) fecharam, no dia 22 de novembro, em US$138,60/saca para de dezembro/06; US$144,80/saca para março/07, US$147,60/saca para maio/07; US$152,60/saca para setembro/07; e US$156,40/saca para o vencimento dezembro/07.
Fonte: BM&F.
Gráfico 1 - Evolução dos preços futuros de café arábica.
Na Nybot, as cotações por libra-peso ficaram em US$¢115,55 para dezembro/06; US$¢120,15 para março/07; US$¢122,95 para maio/07; US$¢125,55 para julho/07; US$¢127,95 para setembro/07; e US$¢130,75 para o vencimento dezembro/07.
O retorno diário dos preços do futuro de café arábica para vencimento dezembro/06 na BM&F, situou-se entre o máximo de 3%, em 8 de novembro, e o mínimo de -2,6%, em 10 de novembro, como ilustrado no gráfico 2. Esse período caracterizou-se por moderada volatilidade, com postura conservadora dos participantes do mercado à espera de definições da próxima safra.
Fonte: BM&F.
Gráfico 2 - Retorno diário do contrato futuro de café arábica (vencimento dezembro/06).
O diferencial de preços entre BM&F e Nybot, de acordo com o gráfico 3, demonstrou diminuição, pois encerrou em US$¢10,77/libra-peso, ante US$¢11,75/libra-peso no mesmo período do mês anterior. Esse resultado significa elevação maior dos preços internos em relação às cotações do café na bolsa internacional, mesmo com o câmbio estabilizado.
Fonte: BM&F.
Gráfico 3 - Diferencial de preços entre BM&F e Nybot (2004-2006).
Na BM&F, foram negociados 40.920 contratos de futuro de café arábica em outubro de 2006, 13,7% superior ao mês de setembro (35.988). Durante o mês de novembro, até dia 22, foram 46.735 contratos, 118,57% a mais se comparado com o mesmo período de outubro, até dia 22 (21.382). A presença de investidores não-residentes na posição comprada apresentava participação de 25,1%, próxima à posição vendida, com 27,9%.
O volume classificado no Departamento de Classificação da BM&F era de 527.800 sacas de café, representando incremento de 30%, em relação a outubro.