A nova safra, considerada maior do que a anterior, já começou a ser colhida em quase todas as regiões do Brasil. Entretanto, o volume exportado ainda está abaixo das expectativas, pois os importadores estão considerando o café brasileiro muito caro, já que se trata de início de safra. Ainda assim, para se capitalizar, a fim de arcar com as despesas da conclusão da colheita, o produtor amplia a oferta, colocando no mercado o que restou da safra 2005/06 e antecipando a venda da nova safra.
A Nybot e a Liffe apresentaram comportamento baixista, em virtude das rolagens de contratos entre julho e setembro, dos avanços da colheita que já começam a pressionar os preços e do panorama climático brasileiro. O clima tem-se mostrado favorável ao andamento da colheita, não havendo até agora previsão de geadas e de frio intenso, que possam prejudicá-la. Apesar desse prognóstico, qualquer alteração nesse cenário pode inverter os patamares de preços. A BM&F tem acompanhado o movimento de preço das bolsas internacionais.
No mercado físico, a cotação média da saca de 60kg do café arábica - bica corrida, tipo 6, no sul de Minas Gerais - até o dia 22 acumula queda de 3,8%, a qual está associada à chegada da safra nova.
Dessa forma, as cotações dos contratos futuros na BM&F encerraram-se em 23 de junho em US$108,10/saca para julho/06; US$111,90/saca para setembro/06; US$116,85/saca para dezembro/06; US$121,20/saca para março/07 e US$128,90/saca para setembro/07 (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Evolução dos preços futuros do café arábica
Na Nybot, as cotações de fechamento foram: US$¢95,30/lp para julho/06; US$¢96,60/lp para setembro/06; US$¢100,30/lp para dezembro/06; US$¢103,80/lp para março/07; e US$¢110,25/lp para setembro/07.
O retorno diário dos preços do contrato futuro do café arábica de vencimento julho/06, negociado na BM&F, nas últimas semanas, situou-se entre o máximo de 1,28%, em 2 de junho, e o mínimo de 3,71%, em 5 de junho (Gráfico 2). Essa volatilidade é baixa por se tratar do café arábica, pois não ocorreram fatos relevantes nesse período que pudessem alterar o comportamento dos preços.
Gráfico 2 - Retorno diário do contrato futuro de café arábica - vencimento Julho/06
Em junho, o diferencial de preços entre BM&F e Nybot continua sua trajetória de elevação gradual. Em 22 de maio, fechou em US$¢13,90/lp (Gráfico 3). Esse crescimento é explicado pelo comportamento do câmbio e, principalmente, pelo aumento da oferta do produto.
Gráfico 3 - Diferencial de preços entre BM&F e NYBOT (2005-2006)
Na BM&F, em maio de 2006, o contrato futuro de café arábica foi o mais negociado no segmento agropecuário, totalizando 32.195 contratos, representando acréscimo de 13,3% em relação a maio de 2005, quando o número de contratos transacionados foi de 28.423 contratos. O acumulado até maio de 2006 é de 205.761 contratos futuros, significando elevação de 18,5% comparado com o mesmo período do ano passado.
A participação de investidores não-residentes no mercado de café na BM&F representava, em 23 de junho, na posição comprada, 49,9% dos contratos em aberto; já na posição vendida, a participação foi de 26%.
A classificação de café arábica na BM&F, em 23 de junho, apresentava 107.500 sacas, ou seja, um volume inferior ao volume de contratos em aberto do vencimento setembro/06. Esse estoque refere-se à safra antiga, já que a nova inicia-se em julho e certamente aumentará o estoque.