Dentre as solucionáticas apresentadas pelo reputado consultor, três delas a mim fizeram cair o queixo, senão vejamos:
1 - Instituição de uma Bolsa de Sustentação para a cafeicultura nos mesmos moldes do Bolsa Família;
Pelos cálculos do consultor seria necessário aproximadamente R$ 1,5 bilhão para atender com a contribuição de R$ 1 mil/mês para os cafeicultores que atendessem alguns princípios (legais e ambientais, fundamentalmente).
2 - Reinstituir um programa de Retenção do Café;
Parece que o passado nada tem por ensinar. Será que é preciso ainda mais estudos para demonstrar que a última tentativa de ordenar o mercado internacional por meio do orquestramento entre os países produtores de seus embarques foi um lamentável fiasco! A perda estimada para a cafeicultura brasileira foi da ordem dos US$ 450 milhões. Não há melhor maneira de prejudicar mais o segmento no Brasil do que reinstituir outro tipo de retenção ou qualquer coisa similar (confisco, por exemplo);
3 - Criar a Companhia Brasileira do Café.
Ao que parece o consultor quis com essa proposta instituir personalidade jurídica para gerir o FUNCAFÉ.
Mediante tais considerações compete a este escriba tecer seu canto de descanso. A ela, portanto, vamos.
Parcela algo expressiva dos cafeicultores desse País espera do Governo aquilo que somente deles mesmos caberia extrair. Clamam ao Governo que faça tudo aquilo que a eles compete realizar! Querem que o Governo a suas terras venha amanhar; que escreva os manuais que lhes ensine a manejar suas lavouras; que crie as empresas que comprem o fruto de suas colheitas. Enfim, lamuriam ao Governo que a mesa ponha o pão e ainda mais, em abundância suficiente que não somente os nutrir como também à toda sua família e demais agregados.
Tudo, por todos os séculos dos séculos é o Governo. Ao Governo delegam toda sua vontade e iniciativa e de braços cruzados põem-se a esperar que a próxima etapa do processo civilizatório lhes caia ao colo tal qual surge a luminosidade numa manhã radiosa. Esse País mal está, pois se avolumam almas sem tônus; braços languidamente flácidos e cérebros sem ação! São tal quais jacarés que ao sol se acomodam para cochilar crentes de que o berço é mesmo esplêndido. Tolos são esses homens, quando por si derem já será tarde, pois a esclerose terá chegado e o enfarte os fulminarão.
Felizmente dentro do Governo temos homens sensatos como o demonstra ser o Sr. Secretário Adjunto de Política Econômica. Firmemente aguentou o destrato, ressaltando que o que havia de se fazer, feito o havia sido, e se acaso existem problemas, eles são localizados. Esse é verdadeiramente um técnico de Governo e espero que se mantenha por ainda bom tempo à frente dos assuntos relativos à cafeicultura.