Os preços dos Robustas se mantiveram firmes apesar de uma pequena queda em dezembro, e em 11 de janeiro de 2008 romperam a barreira de US$ 1,00 pela primeira vez em quase 12 anos. Nessa data eles alcançaram 100,35 centavos de dólar dos EUA por libra-peso, mais de 363% acima dos 21,65 centavos que haviam alcançado em 11 de outubro de 2001. Não obstante os preços firmes, a fraqueza do dólar dos EUA significou uma redução das receitas de exportação de muitos países, e no presente relatório faz-se uma análise sucinta do impacto desta circunstância em países exportadores selecionados.
As exportações de novembro perfizeram 7 milhões de sacas, elevando o total exportado nos onze primeiros meses de 2007 para 87,4 milhões - um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2006.
A primeira estimativa da produção brasileira no ano-safra de 2008/09 foi divulgada pela CONAB e indica um volume entre 41,3 e 44,2 milhões de sacas, das quais 31,5 a 33,7 milhões de Arábicas e 9,8 a 10,5 milhões de Robustas. A CONAB também confirma que a produção brasileira no ano-safra de 2007/08 alcançou 33,7 milhões de sacas, sendo 23,5 milhões de Arábicas e 10,2 milhões de Robustas. Com base nos dados provenientes do Brasil e em outros dados recebidos, minha estimativa preliminar da produção do ano-safra de 2008/09 é de 123 a 126 milhões de sacas, ante cerca de 116 milhões em 2007/08. Enquanto isso, se a taxa anual de crescimento de 1,5% a 2% se mantiver, o consumo mundial aumentará de 123 milhões de sacas em 2007 para mais de 125 milhões em 2008.
Evolução dos preços
A média mensal do preço indicativo composto da OIC foi de 118,16 centavos de dólar dos EUA por libra-peso em dezembro de 2007, representando um aumento de 3,26% ante 114,43 centavos em novembro. Esse aumento se deve em grande parte aos preços dos Arábicas, que subiram 5% em relação a seus níveis de novembro. Os preços dos Robustas caíram ligeiramente, mas seus níveis prosseguem relativamente altos. A tendência altista dos preços de todos os grupos de café se manteve nas duas primeiras semanas de janeiro de 2008. O gráfico 1 mostra a evolução do preço indicativo composto diário da OIC desde 1º de dezembro de 2006.
Gráfico 1: Preço indicativo composto diário 1º de dezembro de 2006 a 14 de janeiro de 2008
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Os gráficos 2 a 5 mostram a evolução dos preços indicativos diários dos quatro grupos de café desde 1º de outubro de 2007.
Gráfico 2: Preços indicativos diários dos Suaves Colombianos 1º de outubro a 27 de dezembro de 2007
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Gráfico 3: Preços indicativos diários dos Outros Suaves 1º de outubro a 27 de dezembro de 2007
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Gráfico 4: Preços indicativos diários dos Naturais Brasileiros 1º de outubro a 27 de dezembro de 2007
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Gráfico 5: Preços indicativos diários dos Robustas 1º de outubro a 27 de dezembro de 2007
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Fatores fundamentais do mercado
Embora o ano-safra de 2007/08 ainda esteja em curso em muitos países exportadores, nossas cifras apontam para uma produção total de cerca de 116 milhões de sacas, correspondente a uma queda de 7,4% em relação à produção total de 2006/07.
Com referência ao ano-safra de 2008/09, as primeiras estimativas da produção brasileira publicadas pela CONAB indicam um volume de 41,3 a 44,2 milhões de sacas, sendo 31,5 a 33,7 milhões de Arábicas e 9,8 a 10,5 milhões de Robustas. A produção de Robustas no Brasil se mantém relativamente estável em relação à do ano-safra anterior.
As exportações de novembro de 2007 totalizaram 7 milhões de sacas, um volume semelhante ao de outubro, de 7,2 milhões. O acumulado das exportações dos doze meses entre dezembro de 2006 e novembro de 2007 foi de 95,8 milhões de sacas, em contraste com 90,9 milhões entre dezembro de 2005 e novembro de 2006.
Impacto das mudanças do valor do dólar dos EUA nas receitas de exportação de países exportadores selecionados
O Anexo I (acesse o relatório completo) mostra a evolução das taxas médias anuais do câmbio entre o dólar dos EUA e as moedas nacionais de uma seleção de países exportadores desde 2003.
No Brasil e na Colômbia o valor do dólar caiu em relação ao valor das respectivas moedas em todos os anos cobertos. Esta depreciação varia no caso de outras moedas, mas em todos os outros países selecionados, com exceção da Etiópia, Guatemala, Honduras, México e Vietnã, o valor do dólar em 2007 foi menor que no ano anterior. Conseqüentemente, a recuperação dos preços em relação aos níveis baixos que prevaleciam durante a crise do café foi em parte neutralizada pela depreciação do dólar dos EUA em relação a algumas moedas nacionais. Por exemplo, embora o valor unitário das exportações brasileiras de café verde tenha aumentado 132% entre 2003 e 2007, em moeda nacional ele só aumentou 49,4%, em resultado direto da depreciação do dólar. O Anexo II mostra o declínio do valor unitário das exportações de café verde no período de 2003 a 2007. O Anexo II, com base nos índices de 2003, mostra que houve uma queda constante do valor unitário das exportações de diversos países. Em termos mais específicos, o índice do valor unitário caiu no Brasil (-35.7%), Colômbia (-27.5%), Uganda (-12.6%), Índia (-10.4%) e Guatemala (-3.3%).
O volume dos estoques iniciais dos países exportadores no ano-safra de 2007/08 era de cerca de 25 milhões de sacas em 1º de outubro de 2007, em comparação com 29 milhões no início do ano-safra de 2006/07. O volume dos estoques de café verde dos países importadores é estimado em 22,6 milhões de sacas.
A estimativa preliminar do consumo mundial em 2007 é de 123 milhões de sacas. Em 2006, o último ano em relação ao qual há dados detalhados disponíveis, a cifra era de 120,4 milhões de sacas. O consumo interno dos países exportadores é estimado em 31,3 milhões de sacas. Nos países importadores como um todo, estima-se que o consumo totalizou cerca de 89 milhões de sacas.
Com exceção do Japão e da Noruega, os preços do café no varejo aumentaram em quase todos os países importadores. É preciso ter em conta, porém, que esses aumentos ocorrem no contexto de uma alta geral dos preços dos gêneros alimentícios nos países desenvolvidos e ainda não tiveram um impacto negativo na demanda a nível do consumidor.
Em conclusão, convém notar que a tendência altista dos preços do café em meses recentes prosseguiu inabalada. Em alguns países, no entanto, a fraqueza do dólar dos EUA reduziu o impacto favorável dessa tendência. Uma análise sucinta da situação que se observa numa seleção de países exportadores indica que a depreciação do dólar teve um impacto negativo em importantes países produtores, como o Brasil, a Colômbia, a Índia, a Indonésia e Uganda.
Acesse o relatório completo sobre o mercado cafeeiro da OIC referente a dez/07.