Movimentação dos preços
Osorio trata da queda nas cotações ocorrida no início de junho, quando o mercado esteve frouxo, apesar do início do inverno no hemisfério norte. Os preços da NYBOT atingiram os menores valores desde Setembro de 2005.
Afastada a possibilidade de problemas de climáticos, particularmente, geadas no Brasil, os fundos de investimento acentuaram a liqüidação de suas posições reforçando as quedas, mesmo com fundamentos que ainda apontavam para um mercado firme.
No final do mês, no entanto, os preços retornaram aos patamares do final de maio e houve um leve rally nas duas primeiras semanas de Julho.
Durante o mês de junho a média do indicador composto da OIC caiu 4,4%, de 90 para 86,04 centavos de dólar por libra peso. Os preços dos robustas foram os únicos que sofreram algum aumento na volatilidade.
Nas duas primeiras semanas de julho, os movimentos dos preços indicam uma melhora na situação (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Preço do indicador composto diário da OIC, 01/06/05 a 12/07/06
Fundamentos do mercado
De acordo com Nestór Osorio, os fundamentos de mercado continuam a apontar para uma situação de relativa firmeza.
A produção mundial na safra 2005/06 foi confirmada em 106,4 milhões de sacas. A queda na produção levou à redução nos estoques e à exportação menores volumes.
Em relação à safra 2006/7, que já se inicia no Brasil e em alguns outros países exportadores, a estimativa do Diretor Executivo da OIC é de produção de 120 milhões de sacas, contra uma previsão de 123,6 milhões do departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA).
Exportações
As exportações mundiais fecharam maio com um total de 8,16 milhões de sacas, 20% mais que os 6,79 milhões de abril. Apesar deste aumento, as exportações de 55,22 milhões de sacas, acumuladas nos primeiros oito meses do ano safra da OIC (outubro/05 a maio/06), caíram 9,83%, comparadas com o mesmo período da safra 2004/5.
No ano calendário de 2005, as exportações mundiais caíram 4,94% (86,22 milhões de sacas), frente às 90,7 milhões de sacas exportadas em 2004. Por outro lado, o valor obtido aumentou 33,5% - 9,19 bilhões de dólares contra 6,88 bilhões, em 2004.
Estoques
Não houve nenhuma mudança digna de nota na situação dos estoques mundiais desde maio. Os estoques nos países importadores continuam estimados na faixa 19 milhões de sacas, ou seja, suficientes para menos de dois meses de consumo.
O nível médio dos estoques certificados nas bolsas de Nova Iorque (3,3 milhões de sacas) e Londres (2,11 milhões) foram, respectivamente, 27 e 42% menores, no final de junho, do que os registrados um ano antes.
O consumo mundial no ano fiscal 2005 totalizou 117 milhões de sacas, das quais 30 milhões foram de consumo doméstico de países exportadores e 87 milhões representaram importação de outros países. O gráfico 2 mostra a evolução do consumo global desde 1965. A taxa anual de crescimento do consumo foi de 1,6%.
Gráfico 2 - Consumo mundial, desde 1965
Conclusão
Osorio conclui afirmando que não houve mudanças significativas no mercado em junho. As quedas de preço do início do mês foram recuperadas ao final deste. Os valores obtidos com as exportações denotam uma correção importante desde o ano 2000. Acima de tudo, o Diretor Executivo da OIC afirma que o consumo mundial que foi de 117 milhões de sacas em 2005, oferecerá suporte para preços firmes, estejam ou não confirmadas suas previsões para a safra 2006/7.
Para ler o relatório mensal do Diretor Executivo da OIC na íntegra clique aqui.