O relatório do mês julho, divulgado terça-feira, 8/8, trata da ligeira tendência ascendente apresentada pelos preços do mercado de café, durante o aquele mês, a qual se tornou mais pronunciada na primeira semana de agosto, quando os mercados de futuros de Nova Iorque e Londres tiveram altas significativas.
Osorio aborda, mais especificamente, os preços do café robusta, que têm subido fortemente desde o fim de julho. Em 2 agosto, o indicador diário da OIC para robustas passou dos 70 centavos de dólar por libra peso, alcançando seu nível mais elevado desde 8 de dezembro de 1999.
Segundo o relatório, a demanda para todos os grupos do café continuou a oscilar, enquanto as exportações mundiais decresceram 1,08%, em junho, comparado a maio.
No acumulado dos primeiros nove meses do ano safra 2005/06 da OIC (outubro a setembro), foram exportadas 63,11 milhões de sacas, ante 68,99 milhões, para o mesmo período no ano safra 2004/05 - queda de 8,52%.
Movimentação dos preços
Houve ligeira elevação dos preços do café em julho, apesar da interrupção nesta tendência, verificada na terceira semana do mês. No entanto, a trajetória de alta se restabeleceu, durante a última semana do mês, perdurando na primeira semana de agosto.
A média mensal do preço composto do indicador da OIC, em julho, foi de 88,57 centavos de dólar por libra peso, numa ascensão de 2,94%, em relação aos 86,04 centavos, de junho. O gráfico 1 mostra as mudanças no preço composto diário do indicador, desde 1o de julho de 2005.
Gráfico 1 - Preço do indicador composto diário da OIC, 01/07/05 a 07/08/06
Todos os quatro grupos do café tiveram aumentos de preço, em comparação a junho. A ascensão mais aguda foi verificada para os robustas (gráfico 2), que ultrapassaram o limite de 70 centavos de dólar por libra peso, em 2 agosto - nível mais elevado desde 8 de dezembro de 1999.
Gráfico 2 - Preço do indicador diário da OIC para robustas, 01/07/05 a 07/08/06.
Fundamentos do mercado
Quanto aos fundamentos do mercado, é apontado que, na maioria dos países exportadores, a colheita da safra 2006/07 começará em dois meses. Em alguns países, entretanto, o ano safra colheita já começou, em abril de 2006 ou em julho de 2006.
O Diretor Executivo ressalta que, se, por um lado, é esperado um aumento na produção Vietnamita, em contrapartida, a produção da Indonésia deve cair. Também foi informado que as estimativas mais recentes apontam uma safra ao redor 40,62 milhões de sacas no Brasil, que já realizou metade de sua colheita de 2006/07.
Com base nas informações disponíveis, Osorio mantém inalterada sua estimativa de produção mundial total, na safra 2006/07, continuando a acreditar no nível de 120 milhões de sacas, indicado no seu relatório anterior.
Exportações
As exportações, durante junho de 2006, totalizaram 7,65 milhões de sacas, representando uma queda de 7,23%, em comparação com maio. No acumulado dos primeiros nove meses da safra da OIC (outubro de 2005 a junho de 2006) houve queda de 8,52%, frente ao mesmo período da safra 2004/05.
As exportações no ano calendário 2005 (janeiro a dezembro) caíram 4,76%, totalizando 86,41 milhões de sacas ante 90,73 milhões, em 2004.
Apesar da queda no volume das exportações, seu valor total aumentou de US$ 6,88 bilhões, em 2004, para cerca de 9,21 bilhões, em 2005. Este aumento no valor das exportações se reflete em alguma melhoria na situação do negócio café nos países exportadores.
Estoques
O estoque em países exportadores foi estimado em 24,77 milhões de sacas no começo do ano safra 2005/06, em 1o de outubro de 2005. Osorio ressalta que, apesar dos ajustes feitos para contemplar as exigências da exportação, o nível atual pode estar bem abaixo de 20 milhões de sacas.
Os estoques caíram também nos países importadores. O estoque de café verde, incluindo os portos livres, é estimado ao redor de 19 milhões de sacas.
O nível dos estoques certificados no mercado de futuros de Londres (LIFFE) caiu, enquanto que os de Nova Iorque (NYBOT) sofreram ligeira elevação, no fim de julho, comparados ao nível do fim de junho. Em ambos os mercados, os estoques no fim de julho estão nos menores níveis registrados para esse mês, desde 2001.
Consumo
O relatório estima o consumo mundial, no ano calendário 2006, em torno 117 milhões de sacas.
Para 2005, traz um valor de 115 milhões de sacas, das quais 30 milhões de sacas foram absorvidas pelo consumo doméstico dos países exportadores e 85 milhões de sacas representaram o consumo em países importadores. Este valor é 2 milhões de sacas menor que o apresentado no relatório de junho, no qual o consumo de 2005 foi estimado em 117 milhões de sacas.
Conclusão
Osorio conclui, chamando a atenção para a não repetição, em julho, das quedas de preço observadas em maio e em junho. Esta firmeza nos preços foi mais marcante no caso dos robustas, cuja cotação ainda se elevou, significativamente, na primeira semana de agosto.
Segundo Osorio, isto parece indicar uma restrição de oferta nas fontes deste tipo de café, particularmente Vietnã e Indonésia, que são, junto com Brasil, os seus produtores principais. Tanto que, o diferencial do preço dos robustas, em relação aos outros arábicas suaves tem se estreitado progressivamente. Em julho, já era de 40,51 centavos de dólar por libra peso, contra 54,87 centavos em abril.
Para ler o relatório mensal do Diretor Executivo da OIC na íntegra clique aqui.