De todo modo, a média do indicador composto da OIC para o ano safra da entidade 2005/06 (outubro de 2005 a setembro de 2006) foi de 91,44 centavos de dólar por libra peso, nível mais alto desde o ano safra 98/99, quando foi de 88,53. Além disso, os fundamentos do mercado estão, segundo Osorio, favoráveis à manutenção da firmeza nos preços.
Os estoques de passagem, ao final de setembro, nos países exportadores, totalizam por volta de 18,9 milhões de sacas, seu menor nível em muitos anos. O total das exportações no ano cafeeiro 2005/06 caiu 2,63% em relação ao ano anterior. Expectativas sobre a safra brasileira 2007/08 e sobre a safra 2006/07 do Vietnã vão serão fatores determinantes para o mercado nos próximos meses.
O movimento dos preços
A média mensal do indicador composto da OIC foi de 95,53 centavos de dólar por libra peso, em leve queda em comparação ao nível de 95,98 centavos observado em setembro. O gráfico 1 mostra as mudanças no indicador composto diário da OIC desde 1º de outubro de 2005.
Gráfico 1 - Preço do indicador composto diário, de 01/10/05 a 13/11/06.
Os preços dos robustas, dos café brasileiros e do grupo dos outros arábicas naturais caíram levemente, durante o mês de outubro. Apesar disso, a média mensal para os robustas continua a ser a mais alta desde fevereiro de 1999. Os gráficos de 2 e 3 mostram as mudanças nos indicadores diários para os cinco tipos de café, desde 1º de julho de 2005.
Gráfico 2 - Preço indicador diário para naturais brasileiros, de 01 a 31/10/06.
Gráfico 3 - Preço indicador diário para naturais robustas, de 01 a 31/10/06.
Fundamentos do mercado
O ano safra 2006/07 começou em vários países exportadores. Com base nas informações disponibilizadas pelos países membros da OIC, Osorio estima, neste relatório, que a produção mundial deve ficar em torno de 120 milhões de sacas. Até o relatório passado, a estimativa era de 122 milhões de sacas.
O relatório apresenta a totalização da produção mundial em 109,2 milhões de sacas, no ano safra 2005/06. Dados preliminares, divulgados no mês passado, apontavam para um total de 106,6 milhões.
Osorio ressalta que, se for confirmada a produção de 120 milhões de sacas, esta representará um aumento de por volta de 9%, que pode ser atribuída basicamente pelo aumento na safra brasileira devido ao ciclo bienal do café arábica daquele país e, em menor grau, pela produção prevista para o Vietnã.
A exportações, em setembro, totalizaram 7,25 milhões de sacas, ante 8,36 milhões em agosto. O total as exportações no ano cafeeiro 2005/06 somaram 87,21 milhões de sacas, o que representa uma queda de 2,63% em relação às 89,56 milhões do ano cafeeiro de 2004/05.
Com exceção dos Outros Arábicas Suaves, todos os grupos de café apresentaram queda nas suas exportações no ano cafeeiro 2005/06. Nos nove primeiros meses de 2006, as exportações foram de 67,69 milhões de sacas, ante 67,46 milhões no mesmo período de 2005. No ano calendário de 2005 foram exportadas 86,98 milhões de sacas, em comparação com 90,75 milhões em 2004.
Apesar da queda no volume das exportações totais, seu valor aumentou de 6,68 para 9,26 bilhões de dólares, em 2005. Caos os níveis de preço atual sejam mantidos, o valor total das exportações deve subir ainda mais.
Osorio previra no último relatório que os estoques de passagem nos países exportadores deveriam ficar abaixo de 20 milhões de sacas. Isto foi confirmado com base nas informações preliminares recebidas dos países Membros, segundo as quais o volume dos estoques de podem ser estabelecidos em 18,89 milhões de sacas (gráfico 4). No entanto, levando-se em conta o nível da produção mundial e o fluxo das exportações registradas, durante o ano cafeeiro 2005/06, o Diretor-Executivo acredita ser altamente provável que os estoques sejam ainda mais baixos.
Gráfico 4 - Estoques de passagem nos países exportadores - anos safra de 1990/91 a 2006/07
De acordo com Osorio, os estoques de café nos países importadores, incluindo os portos livres, são estimados em 20 milhões de sacas. Os estoques certificados nos mercados futuros de Londres (LIFFE) e Nova Iorque (NYBOT) aumentaram levemente, dos níveis de 1,82 e 3,60 milhões de sacas, no final de setembro, para, respectivamente, 1,97 e 3,66 milhões de sacas, no final de outubro.
Neste relatório, Osorio reduziu a estimativa do consumo mundial de 117 para 116 milhões de sacas para o ano calendário 2006, comparando-as às 115 milhões de 2005. O consumo interno de países exportadores somaria 31 milhões de sacas e o consumo nos importadores 85 milhões.
Conclusão
Néstor Osorio conclui indicando que, apesar de algumas correções baixistas, os níveis dos preços no ano cafeeiro 2005/06 permaneceu firme, numa clara recuperação em relação aos últimos sete anos. Ele espera que esta tendência continue durante o ano cafeeiro 2006/07.
A variação dos estoques nos países importadores também é apontada como um fator chave. Nos países exportadores, os estoques devem estar no nível histórico mais baixo. Uma figura mais acurada de seus níveis reais contribuiria para uma melhor apreciação dos impactos das variações na produção no ano safra 2006/07.
Para ler o relatório mensal do Diretor Executivo da OIC na íntegra clique aqui.