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Café: uma lavoura ensandecida

POR CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

CELSO VEGRO

EM 09/08/2007

8 MIN DE LEITURA

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Arábica: duas safras em uma?

Em princípio de 2006 toda a comunidade cafeeira ficou surpresa com a ocorrência do fenômeno que foi denominado como ´coração negro´. Segundo o informativo da COCAPEC, a sintomatologia do problema consistia em ´o pedúnculo e o grão de café externamente apresentavam-se absolutamente normais sem necrose mas ao cortar o grão verificava-se que as lojas estavam parcialmente ou totalmente enegrecidas. Após análise por fisiologista, diagnosticou-se que a ocorrência dessa necrose era derivada das altas temperaturas acompanhadas de veranico, comprometendo os processos fisiológicos e metabólicos envolvidos na divisão e expansão celular. Na fase de expansão, é freqüente a ruptura de membranas e paredes celulares, culminando em necrose total.´

Esse fenômeno, que inicialmente chegou a ser confundido com uma deficiência nutricional, assustou os cafeicultores da Mogiana e sul de Minas. Porém, a exceção dos fisiologistas, ninguém ainda se deu conta que aqueles frutos que necrosaram foram apenas a ponta do iceberg, pois nesse mesmo momento a planta estava em fase de diferenciação celular para preparar as próximas flores que resultaram na atual minguada safra de arábica.

No princípio de 2007 começou dentro da planta novo momento de diferenciação celular para a geração das flores que formarão a safra 2007/08 (ano-safra). O estancamento ocorrido na preparação das flores da safra anterior deverá levar a uma super-indução floral em 2007, facilitada pelo fato de que houve restabelecimento do balanço hídrico dos solos após a ocorrência de pesadas chuvas em todos os principais cinturões cafeeiros.

Segundo fisiologista ouvido, as rosetas poderão facilmente contar com 70 flores, mesmo conhecendo de antemão que não mais que 20 a 25 delas se converterão em frutos. Assim, excetuando-se a eventual ocorrência de severos distúrbios climáticos (fator descartado pelas últimas ocorrências como as intensas chuvas de meados de julho e a potência da massa polar sem impacto sobre as lavouras), qualquer previsão de produção inferior a 55 milhões de sacas poderá ser tomada no mínimo como conservadora.

A possibilidade que tal fenômeno se concretize já exibe os primeiros sinais de que a lavoura realmente ensandeceu: flores surgindo antes do início da primavera e noutras situações gemas produtivas no lugar de botões florais. Alguns desses sintomas foram relatados e esclarecidos em artigo divulgado pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D-Café).

Os gestores da política cafeeira devem iniciar imediatamente a elaboração de políticas que se antecipem à estrondosa safra que se estará colhendo no próximo ano. A reconhecida criatividade brasileira terá que ser exercitada ao máximo para assegurar que os cafeicultores não amarguem mais um ano sem nenhuma rentabilidade com a exploração da cultura.

Análise de mercado

Em julho, houve ligeira retração nas cotações nos diferentes mercados tanto para arábica como para o robusta. Em Nova Iorque (Contrato C para a 2ª posição), por exemplo, a cotação média de junho foi de US$ 153,94/saca 60kg que, frente aos US$ 150,49/saca 60kg, representa decréscimo de -2,24% no mês. Esse novo declínio na cotação média amplia ainda mais as perdas acumuladas no ano que já alcançam os -11,05%. As menores cotações podem refletir a previsão dos traders internacionais de que as chuvas ocorridas ao longo de julho tenham afastado a alarmante estiagem até então vivenciada nos principais cinturões cafeeiros do Brasil, embora a colheita pode ficar aquém das previsões, pois surgem informações de quebra de renda no beneficiamento do produto (Figura 1).

Por sua vez, na bolsa de Londres, as cotações médias do robusta, em junho de 2007, registraram queda menos significativa de apenas 0,69% quando comparadas ao mês anterior. Diferentemente do arábica, em 2007, o robusta em Londres exibe ganho na cotação média de 21,77%, enquanto nos últimos doze meses, os ganhos acumulados pelo produto superaram os 40%. Nem mesmo os recordes de embarques vietnamitas, registrados pela Organização Internacional do Café, e a expressiva colheita brasileira (acima de 10 milhões de sacas) impedem que as cotações do produto se mantenham pressionadas. Assim, essa ligeira queda não deve se repetir até que se inicie a comercialização da produção obtida da principal época de colheita vietnamita (de outubro a dezembro).

Figura 1: Cotações médias mensais do café em diferentes mercados de futuros (segunda posição) e da OIC-Composto Diário, janeiro de 2004 a julho de 2007.


Clique no gráfico para ampliá-lo.

No mercado de futuros da BM&F, para o arábica, houve um descolamento de Nova Iorque, uma vez que as cotações subiram 0,32% (contratos futuros de 2ª posição), estabelecendo a média de US$ 139,54/saca 60kg em julho de 2007. No ano, a queda acumulada foi de 8,85%, enquanto no somatório dos últimos doze meses, o produto manteve ganho favorável de 19,36%, ligeiramente acima dos ganhos observados no ano na bolsa de Nova Iorque (que exibe 14,21%).

Esse melhor desempenho das cotações no mercado interno pode ser resultante, por um lado, da pressão de compra por parte dos torrefadores visando o abastecimento do mercado interno e, por outro, da substancial baixa nos estoques (públicos, cooperativados e privados) comprovada inclusive por levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O diferencial das cotações observadas entre a BM&F e Nova Iorque diminuiu substancialmente, situando-se no novo patamar dos US$ 11/saca, devido, em parte, à dificuldade dos exportadores em encontrar produto no mercado spot.

Pressionado pelas cotações do arábica, o indicador da Organização Internacional do Café (OIC-Composto diário) apresentou diminuição de 0,78% em relação à média da cotação de junho de 2007. No acumulado dos últimos 12 meses, esse indicador registra crescimento positivo de 19,23%, embora em 2007 apresente variação negativa de apenas 1,33%.

As cotações do arábica (contrato C, segunda posição, na bolsa de Nova Iorque) exibiram forte oscilação na primeira quinzena do mês para assumirem trajetória ascendente da segunda quinzena em diante. O valor médio do mês foi de US$ 150,49/saca flutuando entre o mínimo registrado de US$ 144,71/saca e o máximo de US$ 158,34/saca (Figura 2).

Figura 2: Cotações diárias na bolsa de Nova Iorque, para café arábica, contrato C, segunda posição, julho de 2007.


Clique no gráfico para ampliá-lo.

Em julho, no mercado de robusta da bolsa de Londres, observou-se na primeira semana relativa estabilidade nas cotações para em seguida ocorrer uma abrupta queda que se manteve até o final do mês, embora com algumas oscilações. A menor cotação foi de US$ 108,24/saca e a maior de US$ 115,26/saca com média do mês de US$ 111,73/saca (Figura 3).

Figura 3: Cotações diárias para o café robusta, segunda posição, na bolsa de Londres, julho de 2007.


Clique no gráfico para ampliá-lo.

No mercado de café paulista, as cotações médias do arábica em julho (em R$/saca) subiram 1,65% em relação à média de junho. A operacionalização do Pepro para as vendas de café, aparentemente, possibilitou maior retenção do produto por parte dos cafeicultores. Frente a essa escassez o mercado passou a impulsionar os preços internos descolando-se da trajetória das cotações exibida por Nova Iorque. No acumulado dos últimos 12 meses, as cotações no mercado paulista ainda exibem ganho de 23%, ainda que se considere o recuo de 5,61% no ano (Figura 4).

Figura 4: Preços médios mensais recebidos pelos produtores de café arábica, estado de São Paulo, janeiro de 2004 a julho de 2007.


Clique no gráfico para ampliá-lo.

Escalada das exportações mundiais

A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou o desempenho das exportações mundiais de café, que alcançaram 8,013 milhões de sacas de 60kg em julho, representando incremento de 3,64% em relação ao alcançado no mesmo mês do ano anterior. Nesse mês, dois comportamentos divergentes podem ser verificados pelos dados apresentados. Enquanto os cafés lavados e outros suaves apresentaram estabilidade ou queda nos embarques, os naturais e o robusta exibiram elevação, notadamente os naturais com 9,11% de crescimento dos embarques.

No sub-período out/06 a jun/07, a alta acumulada foi de 14,45% em relação ao mesmo período do ano anterior (out/05 a jun/06), atingindo um total de 84,71 milhões de sacas. Os embarques de robusta, principalmente oriundos do Vietnã, exibiram incremento de 24,58% na comparação entre os mesmos períodos. O avanço dos naturais, embora de menor monta, também foi expressivo totalizando aproximadamente 25,5 milhões de sacas no período (Tabela 1).

Tabela 1: Exportações de café, por tipo, para todos os destinos, junho de 2006 e de 2007, outubro de 2005 a junho de 2007 (em sacas de 60kg)


O declínio das cotações no primeiro semestre do ano reflete em parte uma grande transferência de estoques dos países produtores para os consumidores, que se soma ao período de baixa dentro do ciclo sazonal de consumo da bebida no hemisfério norte, onde, por razão das altas temperaturas, espera-se queda de 10% no consumo.

Performance dos embarques brasileiros no primeiro semestre de 2007

A performance dos embarques brasileiros de café, tanto em volume como em receita, no primeiro semestre de 2007, exibiu substancial avanço frente ao mesmo período do ano anterior. Em termos globais foram praticamente 2 milhões de sacas de aumento das exportações, representando mais de 28% de variação nas receitas cambiais (Tabela 2 e Figura 5). Todos os tipos exibiram variação positiva com destaque para o conilon, com mais de 80% de crescimento nas suas receitas, excetuando-se as transações envolvendo café torrado e moído, cujas estatísticas do Cecafé não refletem todos os negócios efetuados.

Tabela 2: Desempenho comparativo entre as exportações brasileiras de café, primeiro semestre de 2006 e de 2007.


Clique na tabela para ampliá-la.

Figura 5: Variação percentual das exportações brasileiras de café, primeiro semestre de 2006 e de 2007.


Clique no gráfico para ampliá-lo.

O excelente desempenho do comércio exterior de café brasileiro no primeiro semestre de 2007 deve arrefecer ao longo do restante do ano. A menor oferta, proveniente de um ano de safra pequena, e o aumento dos negócios no mercado interno reduziram os volumes disponíveis para que os exportadores continuem com o atual ritmo de transações com o exterior. Ademais, o enxugamento dos estoques públicos tornará ainda mais apertada a oferta com grande disputa entre industriais (torrefadoras e solubilizadoras) e exportadores pelos lotes oferecidos à comercialização.

Artigo publicado originalmente em www.iea.sp.gov.br.

Publicado no CaféPoint mediante autorização do autor.

CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

Eng. Agr., MS Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Pesquisador Científico VI do IEA-APTA/SAA-SP

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PATRÍCIA ALCÂNTARA SALGADO

NEPOMUCENO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/08/2007

Também contesto inteiramente sobre a previsão de 55 milhões de sacas. É pura especulação!
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 15/08/2007

<b>Prezados Renato / Alemar,</b>

Agradeço seus comentários e esclarecimentos. É imensamente gratificante encontrar dentro da comunidade cafeeira massa crítica necessária para sugerir caminhos para o agronegócio café.

Veja Renato, na safra de 2002/03, nosso último recorde histórico em termos de produção, a média de produtividade situou-se acima das 22 sc/ha. Estudo realizado por consultoria do Banco AMRO constatou que o crescimento da produtividade do café no Brasil é da ordem de 0,3 sc/ano.

Podas, irrigação, manejo, material genético, adensamento, são técnicas que explicam esse contínuo crescimento. De lá para cá são cinco anos safra e portanto é possível trabalhar com uma média de produtividade entre 18 e 19 sc/ha, ou seja, exatamente o intervalo que suas contas sugerem.

Alemar, é certo que necessitamos de muita prudência na elaboração de estimativas. O alerta que fiz poderá se traduzir em redondo engano, porém a semente da dúvida precisa ser lançada antes que piores surpresas nos venham a alcançar. Como já enfatizei na resposta ao Armando, é preciso permanecer alerta, pois as cotações, assim como as lavouras, passarão por momentos de ensandecimento.

Abçs.

Celso Vegro
ALEMAR BRAGA RENA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/08/2007

Estimado Renato,

Tenho acompanhado atentamente as discussões sobre os desatinos da floração do cafeeiro apresentadas no CaféPoint e no peabirus, principalmente, desde setembro de 2006. Inclusive, a seu pedido, escrevi na seção Manejo da Lavoura do CaféPoint, em 14/11/06, longa nota sobre o que realmente se sabe sobre a floração da espécie arábica, que não é muito diferente das espécies caneforóides.

Neste artigo, falei até de "previsões proféticas" que vinha fazendo nos últimos dez anos, o que não fica bem para um fisiologista de carreira; mas que fazer, somos humanos também! Falei, ainda, que estava cansado de escrever e falar do tema, dentro do que a pesquisa permite. Pra você ter uma idéia, de abril a julho deste ano, foram nove palestras para mais de 5000 produtores e técnicos, em Minas e Espírito Santo. Duas mais estão agendadas para agosto e outubro, fora duas outras às quais não pude comparecer (Machado e São Gotardo, MG).

Com respeito ao artigo do dr Vegro, como sempre, muito maduro quanto as análises econômicas, deixou a desejar nas interpretações fisiológicas e no quadro agronômico reinante nas principais regiões cafeeiras do Brasil, no momento, como já foi mencionado unanimemente por outros leitores.

Primeiramente, seria bom que ele mencionasse os fisiologistas consultados, pois, ademais de termos interpretações divergentes, o que é natural, algumas conclusões não são verdadeiras. E todos nós fomos jogados no mesmo saco.

Em segundo lugar, ele aparentemente não está bem informado sobre o que está se passando nas diferentes regiões produtoras. Aqui na Zona da Mata mineira, pra ficar num exemplo, na maioria dos municípios não chove a mais de três meses. As lavouras estão um bagaço, com intensas seca de ponteiros e queda de folhas. Como a temperatura foi mais alta do que o normal, mas não tanto quanto o ano passado, a diferenciação floral foi precoce e muito abundante. Na minha lavoura de primeira produção, mesmo sem chuva, ocorreu intensa florada no início de julho, devido a dias de bruscas quedas de temperatura noturna, o que substitui a água nas gemas maduras que haviam passado por déficit hídrico adequado. No início de agosto, ocorreu "chuva" de 3 mm. Conseqüência? Nova florada abundante, agora também das lavouras adultas. Assim, agora estamos nas mãos de São Pedro; se dentro de 10 a 15 dias começar a chover bem, o desastre será bem menor, caso contrário, adeus safra conservadora de 55 milhões.

Alguns produtores têm mencionado vegetação intensa no lugar de gemas floríferas, que deve ter ocorrido somente nas regiões onde a temperatura permaneceu abaixo de 10 graus celsius por longas horas e muitas noites. Isso não deve ser problema maior!

Este ano não deveremos ter floradas atrasadas como as do ano passado, que não vou explicar a razão, pois meu espaço aqui está acabando.

Ao Samuel H. Fornari, que reclamou da omissão dos fisiologistas quanto à quebra da safra recém colhida, aconselho ler meu artigo de 14/11/06 e várias cartas apresentadas neste site.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 10/08/2007

Caro amigo, Celso,

Me confesso assombrado com sua "previsão" de 55 milhões de sacas. Para tentar elucidá-la, fui buscar alguns números da Conab. Supondo uma bela alta na produção de conilon, para 12 milhões de sacas, em 2008, necessitaríamos de 43 milhões de sacas de arábica para atingir o total de 55 milhões.

Se boa parte do parque que estava em formação, quando da última previsão da Conab, já produzir em 2008, teremos cerca 2,28 milhões de hectares de arábica em produção, nos quais teríamos que obter uma produção média de 18,9 sacas por hectare, para conseguir as 43 milhões de sacas. Isso representa um acréscimo de 23,5%, em relação às 15,3 sacas/ha de 2006. Bastante substancial, mas possível.

Com base nesses números, eu consideraria a previsão de 55 milhões como otimista (uma safra maior é bom, né?). Resta saber, como levanta Serjão no Peabirus, se essas floradas vingam, se São Pedro vai ajudar e se os produtores estão preparados para manejar lavouras tão sobrecarregadas, a ponto de atingir este resultado. Tenho dúvidas.

Quanto aos aspectos de fisiologia, recorro ao meu grande mestre, prof. Rena, pedindo que, se me estiver lendo, nos balize. Caso não o faça, sugiro a Rodrigo que o traga para a discussão. Insista!

Finalmente, dou-lhe os parabéns pela coragem, mais uma vez, de tocar em ponto tão polêmico. Sua recomendação de prudência é muito pertinente, num ano em que temos o tal do Pepro e vultosas verbas para estocagem que podem, perigosamente, aumentar o estoque de passagem ao final de um ano de safra baixa. Vale lembrar que a onda de alta da primavera/verão passada já foi bem mais curta do que o esperado, em dezembro passado.

"Não coloquem todos os ovos no mesmo cesto"

Forte abraço,

Renato
KLEBER DE CASTRO JUNQUEIRA

SÃO LOURENÇO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/08/2007

Não estou entendendo mais nada, e a carta do Sr. Carlos Eduardo de Andrade (Engenheiro agrônomo, mestre em economia rural, produtor de café e extensionista da Universidade Federal de Viçosa) do dia 31/07/2007 disponível no "Espaço Aberto"?

O que sei é que as lavouras de café da região de Carmo de Minas estão "doidinhas", tem flor, chumbinho, as noites estão muito frias, a seca está pegando, e quando há um pouco de umidade é a <i>phoma</i> que pega, não sei não ....

Sds,

Um abraço a todos.
JOÃO CARLOS REMEDIO

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/08/2007

Não sou vidente. Opinião, qualquer um pode ter. Mas, as que aparecem com certa frequência, fogem à realidade cafeeira. Sempre prevêem com um otimismo de fazer até leigos no assunto desconfiar. A cafeicultura nacional precisa ser respeitada. O tempo será o senhor dos fatos!

João Carlos Remédio
ISRAEL

ROMARIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/08/2007

Para as pessoas que ficam atrás de um computador, fica muito fácil fazer essas previsões absurdas, na maioria das vezes nem têm conhecimento das lavouras e do que esta dizendo.

Lembra da previsão do IBGE? Eu preferia que deixassem as coisas fluírem normalmente em vez de ficar chutando. Por favor, deixe-nos trabalhar e não fiquem querendo fazer previsões sem ter o total conhecimento da situação, está muito cedo para ficar tentando derrubar o mercado.
MAURY FALEIROS

FRANCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/08/2007

Concordo plenamente com o Sr Arnaldo, falar em previsões agora é pura especulação. Recomendo que dê uma volta no campo para melhor observar..
SAMUEL HENRIQUE FORNARI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 09/08/2007

Insanidade é afirmar que a próxima safra vai ser de 55 milhões olhando-se como, no mínimo, um conservador!

Pode ser de 55, claro que pode! Mas auto lá. Até poucos dias, todos falavam que a atual safra seria de 36/38 até 40 milhões - se andou falando por ai- inclusive, órgãos do próprio governo, sem capacidade técnica para fazer tal levantamento, andaram pregando safra de 37 milhões de sacas!

Bom, o resultado está ai, pra quem quiser ver! E olhe, pelo andar da carruagem vamos passar bem longe disso. Estão ocorrendo floradas antecipadas em São Paulo e praticamente todo o sul de Minas Gerais, e os resultados de tal florada ainda se mostram incertos, conforme informes divulgados por grandes cooperativas brasileiras.

As plantas usaram em torno de 30% a 40% de sua capacidade de floração nesta primeira florada conforme levantamento feito pela Cooxupé. Outro fato engraçado é que não vi nenhum fisiologista antecipar essa quebra de safra, tanto no volume colhido como na quebra que ocorreu no benefício do café.

Longe de criticar esse importante trabalho realizado por fisiologistas dos mais variados institutos de pesquisa que prestam essencial trabalho à agricultura brasileira, mas acontece, que muitas vezes, é mais fácil tentar explicar os fenômenos que ocorreram do que prevê-los.

A quebra de safra deste ano vem sendo, somente agora, diga-se de passagem, atribuída em parte à má distribuição das floradas ocorridas no ano passado, será que não estará ocorrendo o mesmo esse ano, com as floradas já começando em julho e inicio de agosto? Será que teremos as chuvas que se mostram de grande necessidade no período pós- florada?

Previsões feitas em novembro muitas vezes se mostram falhas (como as realizadas para esta colheita que se encerra), o que será então de previsões feitas em princípio de agosto? Qualquer previsão de imediato, em minha opinião, é pura insanidade!
ARNALDO REIS CALDEIRA JÚNIOR

CARMO DA CACHOEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/08/2007

Bom, opinião é opinião.

Porém, vou contestar o que expôs no seu texto acima. Ainda é muito cedo para se falar em números para a próxima safra, 55 milhões, 65 milhões ou 45 milhões, falar nestes números agora não são apenas previsões e sim um "chutômetro".

Estamos no mês de agosto, até se concretizar o fruto do café em meados de abril de 2008, muita coisa pode e vai acontecer! Estamos sim em uma "seca braba" aqui no sul de Minas; aqui em Carmo da Cachoeira, não choveu mais que 20mm somados em julho.

Pode fazer muito frio no pegamento da florada, pode chover demais e atrapalhar os tratos culturais, ou chover "de menos" na época da granação dos frutos, ou seja, muita "água vai passar debaixo da ponte" até podermos fazer uma previsão bem racional do que nos espera.

Ainda existe a grande possibilidade da redução dos tratos culturais pois os insumos aumentaram de preço absurdamente, e como já sabemos, sem adubos e agrotóxicos, o fruto não cresce e a planta não vegeta!

Portanto, uma boa receita daqui da roça eu passo à todos os leitores: "Prudência e canja de galinha não fazem mal à ninguém!"

Saudações.

<b>Prezado Arnaldo,</b>

Seu parecer muito contribui para que os assuntos da sócio-economia do café sejam cada vez mais problematizados.

Quero apenas lembrar que em outubro de 2006 prognostiquei que a corrente safra seria a menor da década, fato que esta se confirmando agora com a acentuada quebra de rendimento observada nos principais cinturões cafeeiros. Quero que os cafeicultores estejam alertas, caso eu esteja certo, para aproveitarem o curto pico de preços que deverá ocorrer nos próximos meses e firmarem posição no mercado (futuro e opções).

AT.
Celso Vegro

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