No caso dos juros futuros, por exemplo, a recém aberta posição de abril negociava contratos com taxa pouco acima dos 11,04% (na média da última semana do mês anterior esse percentual alcançava os 10,54%) (Figura 1). Comportamento similar foi anotado pelo futuro cambial em que se negociou papéis até R$2,55/US$ (na média da 2a semana do mês). Por sua vez, na última semana de outubro (5a) a posição para dezembro de 2014 indicava conversão cambial de R$2,42/US$ (Figura 2).
Fonte: Elaborado a partir de dados básicos de: https://bit.ly/JeNt7C
A percepção dos investidores de que os ativos em dólar constituem opção única de investimento, dentre as demais alternativas disponíveis, impulsionou a tendência de alta dos contratos futuros expressos nessa moeda. Razões intrínsecas da economia estadunidense (recuperação do nível de emprego, melhorias na atividade industrial e previsão de interrupção do quantitative easing) atraem a atenção dos investidores para os EUA. Por seu lado, no Brasil, os consecutivos déficits acumulados na balança comercial e de serviços do país em 2013, associado ao retorno dos investidores para posições em dólar, responderam por esse movimento altista do câmbio2.
Fonte: Elaborado a partir de dados básicos de: https://bit.ly/1bCCtKR
Em novembro, contrariando a perspectiva dos baixistas (bears), os contratos de café arábica negociados em Nova York ensaiaram pequena alta. As curvas futuras das médias das segunda, terceira e quarta semana mantiveram-se acima da média da primeira semana (salto no patamar). Política de ordenamento dos embarques praticada pelo governo do Vietnã pode ser um dos fatores que impulsionaram as cotações.
Nas posições de setembro e dezembro de 2014, por exemplo, na média da terceira semana do mês, negociaram-se contratos a US$¢124,42 e US$¢126,41, respectivamente (Figura 3). Aplicando-se o fator de conversão de libra peso para saca de 60kg, obtêm-se US$164,58/sc e US$167,21/sc que ao câmbio futuro de outubro e dezembro de 2014, contabilizariam R$413,26/sc e R$426,22/sc. Comparativamente, no Estado de São Paulo, o preço recebido pelos cafeicultores coletado pelo IEA/CATI, foi de apenas R$258,53/sc – tipo cereja descascado, ou seja, R$154,73 acima do preço corrente na posição de outubro de 2014.
FIGURA 3 – Cotações do Café Arábica na Bolsa de Nova York (ICE), Média Semanal,
Novembro de 2013
Fonte: Elaborado a partir de dados básicos disponíveis em: www.theice.com
A média semanal do movimento de compra e venda de contratos de café arábica na Bolsa de Nova York em novembro de 2013, exibiu ligeira tendência de reversão na posição majoritariamente vendida dos fundos e grandes investidores (de 40 mil para 31 mil), embora sem a capacidade ainda de promover saltos significativos nas cotações. Em contrapartida, os traders (comerciais e indústrias) assumem crescentemente posição vendida, o que os obrigará em algum momento recorrer às origens em busca de suprimento para liquidação dos contratos), ou terão de liquidar financeiramente seus contratos, comprando contratos futuros, o que poderá dar alguma sustentação aos preços (Tabela 1).
TABELA 1 – Posição Semanal dos Contratos na Bolsa de Nova York, Futuros + Opções, Novembro de 2013
Oscilaram apenas na margem as médias semanais em segunda posição do diferencial Bolsa de Nova York e BM&F-Bovespa. Em novembro de 2013, a trajetória do diferencial mostrou pequena queda da primeira para a segunda semana, invertendo a tendência nas médias das semanas seguintes. Aceitando que houve recuperação na produção e exportação colombiana, essa variação marginal entre as bolsas aparentemente reflete o persistente interesse de torrefadores pelo café brasileiro que, em sua opinião, oferece maleabilidade necessária na composição de suas ligas.
FIGURA 4 – Trajetória do Diferencial entre cotações em segunda posição da ICE e BM&F-Bovespa, média semanal, outubro 2013
Fonte: Elaborado a partir de dados disponíveis em www.theice.com e www.bmfbovespa.com.br
1 Os autores agradecem pelo trabalho de sistematização do banco de dados econômicos conduzido pelo agente de apoio a pesquisa científica e tecnológica do IEA o analista de sistemas Paulo Sérgio Caldeira Franco.
2 Os vultosos ingressos de dólares projetados ao longo de 2014, a partir dos leilões de concessão conduzidos pelo Governo Federal (campos de petróleo, rodovias e aeroportos), foi olimpicamente ignorado pelos investidores.