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Perdas graves na produção de café conilon no Espírito Santo

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 03/03/2016

2 MIN DE LEITURA

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Por José Braz Matiello, A.J. Paulino, S.R. da Almeida, J.E. P. Paiva e Iran B. Ferreira – engenheiros agrônomos da Fundação Procafé

A safra de 2016 de café conilon no estado do Espírito Santo deve sofrer perdas significativas, em função da forte estiagem na região Norte do Estado. Acontece que a Conab e o IBGE divulgaram, recentemente, uma previsão de safra, na qual apresentam um acréscimo na safra de café conilon atual, a ser colhida, em relação àquela do ano passado.

Visitando a região, para observar o estado vegetativo/produtivo das lavouras, tomando a opinião de produtores e suas representações e analisando os dados climáticos, foi possível concluir que, muito provavelmente, as previsões efetuadas estão desajustadas da realidade. Ou a safra de 2015 foi subestimada ou a atual está superestimada.

Lavoura de conilon de sequeiro no Norte do ES, altamente prejudicada pela seca. Janeiro de 2016
Lavoura de conilon de sequeiro no Norte do ES, altamente prejudicada pela seca. Janeiro de 2016


Talvez a imprecisão seja decorrente da estimativa ter sido efetuada com base em trabalho de campo realizado cedo, em novembro de 2015, quando, de fato, havia potencial nas lavouras. Porém, a ausência de chuvas, em seguida, e, ainda, a falta de água para irrigação, não possibilitaram a expressão do potencial produtivo das lavouras.

Ao verificar os dados de chuvas, no ciclo 2015/2016, em localidade representativa da região de cultivo de conilon, conforme quadro aqui incluído, verifica-se que, apesar do cafeeiro conilon ser mais resistente à seca, a carência de chuvas foi muito severa. Considerando a baixa altitude das áreas de conilon, na faixa média inferior a 150 m, a evapotranspiração média, no período de setembro a fevereiro (período quente) seria ao redor de 5 mm ao dia, resultando numa evapo total, de 900 mm, contra uma chuva total de 272 mm, portanto com déficit hídrico de mais de 600 mm, o que é extremamente grave, pois coincide na época de crescimento da planta e de sua frutificação. Pode haver algumas áreas que choveu um pouco mais mas, no geral, a chuva pouca atingiu toda a região cafeeira de conilon.

Mesmo com irrigação, a pouca água deixou as plantas fracas, amareladas e com pouca carga.
Mesmo com irrigação, a pouca água deixou as plantas fracas, amareladas e com pouca carga.  

Assim, no campo foi possível verificar plantas pouco desenvolvidas, folhas pequenas, ramos com sinais de abortamento de botões/flores/chumbinhos, frutos pequenos, frutos chochos, frutos amarelados e secos. A condição de seca também facilitou o ataque da cochonilha de frutos, associando mais prejuízos.

As perdas devem ocorrer mesmo em áreas com irrigação, pois essa prática não pode ser executada em condições adequadas, pela pouca água disponível, na maioria das propriedades.

Deste modo, nova estimativa precisa ser realizada, agora com a possibilidade de avaliar a situação mais real da safra de café conilon, a ser colhida em 2016, já adiantando que a falta de chuvas está prejudicando, através do menor desenvolvimento das plantas, também a safra a ser colhida em 2017.

Quadro – Chuvas verificadas em Colatina, município no Norte do estado do Espirito Santo, no ciclo 2015/2016, de setembro de 2015 a fevereiro de 2016- Dados de estação do Incaper.

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EMANOEL CHEQUETTO

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/03/2016

A situação é extremamente grave. Na região de Vila Valério, um dos principais produtores no Estado será um ano de extrema dificuldade. Saímos de 750 mil sacas em 2014 para 520 mil em 2015, e agora a estimativa é de 400 mil para 2016, esta com uma boa dose de otimismo. Portanto, há a necessidade de olhar com carinho a região norte do Estado. A título de informação, no ano de 2015 foi registrado 457,9mm, o pior resultado desde que as medições começaram em 1997.
ALAN LIBARDI BAPTISTA

LINHARES - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/03/2016

A mídia não mostra estes dados e ignora a situação crítica do café conilon no Espírito Santo. Esta situação já se agrava desde o semestre de 2015 e as autoridades políticas agora que observaram este agravante.

Infelizmente, existem barragens sendo feitas sem nenhum projeto técnico e sem critérios, onde resultados iremos ver quando vier volumes de chuvas maiores.

Não podemos esquecer também da parcela dos produtores, onde persistem em continuar com sistemas de irrigação com quantidade superior gasta desnecessariamente.

A deficiência hídrica é agravante, mas vamos ter um olhar a cadeia que rodeia nossa agricultura.

Que o governo analise a situação dos agricultores, para que medidas econômicas sejam realizadas, para que permaneçamos na busca de resultados melhores na cafeicultura.


ARILDO SILVA

CARIACICA - ESPÍRITO SANTO - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 06/03/2016

Muito  triste  ,acabei  de chegar  de Marilândia  e  pude  presenciar  esse fato.
AYLTON PIONA COUTINHO JUNIOR

JOÃO NEIVA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/03/2016

Finalmente alguém lançou mão de dados verídicos para mostrar a realidade da cafeicultura de conillon no note do ES...

A situação está crítica. Lavouras inteiras estão secando / morrendo. Mesmo não sendo de sequeiro. A maioria das propriedades não possui  mais água para irrigação...Estamos vendo alguns problemas de disputa por água entre vizinhos...

O produtor vê seu trabalho secando, bem como suas esperanças...

Mas, a maioria ainda continua crendo que dias melhores virão, pedindo a Deus pela chuva renovadora   e consultando os sites meteorobiológicos em busca de alento.
MACNAIRLOPES

COLATINA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/03/2016

Bom dia essa é a pura realidade a temperatura é altíssima e não tem chuva a perca é muito grande em 2016 e 2017 ainda mais muitos agricultores não tem como honra seus compromissos de financiamento e os bancos ja enviaram os nomes para o.spc   inclusive o meu não sabemos o que fazer

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