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Produção brasileira pode enfrentar maior queda desde 1965

PRODUÇÃO

EM 27/08/2014

3 MIN DE LEITURA

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Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora
Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora

De Nova York, a Agência Bloomberg, destacou os resultados da seca vivida por cafeicultores brasileiros no início deste ano. Veja, abaixo:

A seca prolongada no Brasil já custou metade da colheita do café de José Francisco Pereira. No ano que vem pode ser ainda pior e o país está a caminho da primeira queda de três anos na produção desde 1965. “Todos estão rezando pela chuva”, disse Pereira, diretor-geral da Monte Alegre Coffees, uma produtora dona de 2.500 hectares com sede em Alfenas, Minas Gerais, que previu uma colheita de 45.000 sacas nesta safra, abaixo das 82.000 da temporada passada.

A produção do Brasil, maior produtor do mundo, pode cair 18 por cento quando a colheita terminar no mês que vem, para 40,1 milhões de sacas, estima o Conselho Nacional do Café, após um declínio de 3,1 por cento no ano passado.

Com a piora dos danos antes do início da primavera no Hemisfério Sul, o conselho disse que os agricultores poderão colher menos de 40 milhões de sacas em 2015, criando a queda mais longa em três décadas.

O Citigroup Inc. previu em 21 de agosto que o déficit global na produção pode durar até 2016 por causa da escassez no Brasil, que no ano passado respondeu por 36 por cento da oferta mundial.

Os contratos futuros, que se valorizaram mais que os de qualquer outra commodity neste ano, podem subir mais 19 por cento até o fim de dezembro, para US$ 2,25 a libra-peso (454 gramas), mostrou uma consulta da Bloomberg a 18 analistas.

O incremento está forçando compradores como a J.M. Smucker Co., produtora da Folgers, a marca mais vendida dos EUA, a elevar os preços no varejo.
“O mercado está vulnerável ao incremento devido a todos os problemas no Brasil”, disse ontem Donald Selkin, que ajuda a gerenciar US$ 3 bilhões como estrategista-chefe de mercado da National Securities Corp. em Nova York. “As pessoas estão prevendo ofertas mais apertadas e esperando evoluções climáticas mais drásticas”.

Commodity sobe
O café arábica subiu 71 por cento neste ano, para US$ 1,892, na ICE Futures U.S., o maior ganho entre 22 matérias-primas no índice Bloomberg Commodity, que caiu 0,1 por cento.

O índice de ações MSCI All-Country World subiu 5,4 por cento no mesmo período. O índice Bloomberg Treasury Bond teve um incremento de 4,1 por cento.

O Brasil está enfrentando sua pior seca em décadas. Os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde está a maioria das plantações de café do país, estavam em menos de 32 por cento de sua capacidade em 24 de agosto, contra a média de 59,3 por cento em agosto nos 13 anos anteriores, segundo a Operadora Nacional do Sistema Elétrico, a ONS.

O Brasil gera cerca de 70 por cento de sua energia com usinas hidrelétricas. Agravando os danos à colheita deste ano, em julho chuvas torrenciais inesperadas levaram ao florescimento prematuro de árvores cujos frutos já haviam sido colhidos.

Quando o clima seco retornou neste mês, as flores murcharam e caíram, prejudicando ainda mais o rendimento potencial para 2015.

Demanda crescente
A colheita menor do Brasil e o consumo crescente redundarão em um déficit da produção global de até 10 milhões de sacas no ano que começa em 1º de outubro, disse a Organização Internacional do Café, em Londres, em 1º de agosto.

A Volcafé Ltd., operadora de commodities da ED&F Man Holdings Ltd., estimou o déficit em 11,3 milhões de sacas.

Cerca de 58 por cento da produção mundial é de café arábica, o grão preferido pela Starbucks, enquanto o restante é da variedade robusta, usada em café instantâneos e nos blends.

Muito do dano para a colheita da próxima safra pode já ter sido feito no Brasil. “O crescimento foi muito lento”, disse Alemar Braga Rena, pesquisador independente e professor de Agronomia aposentado da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. “As raízes são o cérebro da planta e elas foram prejudicadas pelo calor e pela falta de água, o que as tornou incapazes de absorver nutrientes”.

Reportagem da Agência Bloomberg/ por Marvin G. Perez e Morgane Lapeyre 

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EDUARDO LIMA

OURO FINO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/08/2014

Em minha região, Ouro Fino, sul de minas, as colheitas estão em fase final. Os lotes que estão chegando ao mercado, apresentam um índice de peneiras 17 em torno de 27%, quando o normal seria de 40 a 50%. Estamos verificando a necessidade de 550 a 600 litros de café verde p/ fazer uma saca beneficiada, quando o normal seria 450 litros. os índices de catação estão variando muito em função da idade da lavoura colhida. quanto mais nova maior a cata. A quebra final, deve mesmo ficar no intervalo de 20 a 30% e com uma qualidade inferior a 2013 devido ao maior volume de peneiras baixas.

Quanto a safra a ser colhida em 2015, vejo um crescimento vegetativo, dependendo do local, variedade e idade da lavoura de 30 a 50% menores que 2014 devido a seca nos meses de janeiro e fevereiro de 2014.   Os cafezais estão florescendo de forma desigual. Já se pode observar abortamento das primeiras floradas. Conclui-se que, independente da normalização das chuvas à partir do mês que vem, os estragos provocados pela seca até o presente momento são significativos. Tudo indica, que teremos uma safra igual ou mesmo mais baixa que 2014. Isso, pra ser OTIMISTA!!!!!!!










JOSÉ HESS

CURITIBA - PARANÁ

EM 28/08/2014

Que governo?
FLÁVIO DOS SANTOS

CAPELINHA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/08/2014

Aqui em Capelinha e regiões que abrangem o parque cafeeiro, as lavouras que produziram e bem, sentem aquele declínio de depauperamento; típico de altas e grandes produções. Mas, as lavouras que outrora tiveram sido manejadas em esqueletamentos, decotes, recepas e mesmo lavouras novas estão muito bem. Creio que essa vegetatividade é  em função das grandes intensidades de chuvas no dezembro último (800 a 1000 mm em 22 dias) e com muitas outras chuvas de 20 a 80 mm nos meses de março, maio, junho e julho.

Aqui e em quase toda a região,  mostra que após o beneficiamento nós gastamos de 420 a 480 litros de café do campo para fazer 60 quilos beneficiados; sendo que conseguimos fazer mais de 60% de CD e atingimos peneiras com mais de 70% 17 a cima com baixa catação e peso equivalente. Acredito que dos 18.000 hectares devemos colher de 27 a 30 sacas/ha (Certas lavouras no sequeiro chegaram a 70/80 sacas/ha) e outras irrigadas 30 a 35% a mais. Essas últimas chuvas de julho certamente afetou a qualidade (Bebica - Rio) - Aproximadamente 15% do volume total.
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/08/2014

Diante deste diagnóstico, o Governo já não deveria estar providenciando medidas que pudessem minorar economicamente o estrago econômico que está aí ?
ERIC KER BRETAS WERNER

EM 28/08/2014

Aqui na região das Matas de Minas, estamos estarrecidos com a condição em que as lavouras se encontram. Este ano colhemos apenas 40% em relação a safra passada, que em nossa região foi muito boa, e aparentemente em 2015, este cenário não deve mudar.

Aqui na fazenda, de Janeiro até agora, só choveu 285mm, as lavouras não vegetaram, e estão muito sacrificadas apesar da baixa produção. Mesmo que venham as chuvas, a produção para 2015, já está seriamente comprometida.

Ontem beneficiamos o café de uma tulha, que normalmente dá entre 250 a 270 sacas.

Ela deu, 203 sacas, café com 40% cata e 19 sacas de escolha!

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