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Levantamento da Procafé aponta quebra entre 5% e 11% em 2015

POR EQUIPE CAFÉPOINT

PRODUÇÃO

EM 12/03/2015

5 MIN DE LEITURA

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A safra 2015 de café do Brasil está prevista entre 40,300 milhões e 43,250 milhões de sacas de 60 kg, implicando quebra de 4,61% a 11,12% na comparação com as 45,342 milhões de sacas colhidas em 2014. Os números fazem parte do levantamento de campo contratado pelo Conselho Nacional do Café (CNC) junto à Fundação Procafé, que teve seus dados divulgados hoje (12/3).


Do total estimado, entre 30 milhões e 32,150 milhões de sacas se referem à variedade arábica, o que representa recuo de 0,48% a 7,14% na comparação com as 32,306 milhões de sacas de 2014. A produção brasileira de café conilon (robusta) foi prevista entre 10,3 milhões e 11,1 milhões de sacas, intervalo que implicará queda de 14,85% a 20,99% em relação às 13,036 milhões de sacas cultivadas no ano passado.

PRODUÇÃO POR UF
O Estado de Minas Gerais, com uma produção total entre 21,500 e 22,950 milhões de sacas, colherá um volume muito próximo ao de 2014 (-5% a +1,3%) – graças à recuperação ocorrida na Zona da Mata Mineira –, que foi de 22,644 milhões de sacas, mantendo-se na liderança do ranking nacional. Na sequência vem o Espírito Santo, Estado que, diferente de 2014, foi impactado fortemente pelo clima na safra atual. Com isso, a produção capixaba apresentará recuos entre 15,66% e 21,91% frente ao ano passado e deverá somar entre 10 milhões e 10,8 milhões de sacas.

São Paulo e Bahia também apresentarão perdas na colheita 2015. Com previsão para produzirem volumes de 3,7 milhões a 3,9 milhões e de 1,9 milhão a 2,1 milhões de sacas, paulistas e baianos registrarão, respectivamente, diminuições de 15% a 19,37% e de 11,43% a 19,87%.

Paraná é a exceção. O Estado produzirá entre 1,0 milhão e 1,1 milhão de sacas de café, registrando substancial crescimento de 78,89% a 96,78% na comparação com 2014. Esse fato se justifica porque a produção paranaense do ano passado foi severamente afetada pela geada de 2013.

CLIMA E QUEBRA DE SAFRA
O principal motivador para a redução do volume a ser colhido foram as adversidades climáticas registradas de 2014 até o início de fevereiro de 2015, além do ciclo produtivo das plantas de arábica, que estão em ano de bienalidade negativa, e a redução dos tratos culturais por parte dos produtores, motivados pelos baixos preços do café, que incentivaram podas nos cafezais e até mesmo a erradicação das plantas devido à incompatibilidade das cotações de mercado com os custos de produção.

Para os cafeeiros nacionais, a influência climática tem sido extremamente prejudicial nos últimos dois anos, quando foram registrados déficits hídricos severos na maioria das regiões produtoras do Brasil. No caso do arábica, esse cenário teve início no começo de 2014 e perdura até atualmente, ao passo que, para o conilon, a falta de água no solo é mais recente, sendo observada no ciclo 2015.

A deficiência hídrica foi gerada pelo índice de chuvas aquém das médias históricas desde janeiro de 2014 e agravada pelas altas temperaturas registradas no cinturão produtor de café, em especial nos meses de crescimento das plantas, florescimento, “pegamento” das floradas e desenvolvimento dos grãos, impactando diretamente no tamanho e no rendimento dos cafés e, consequentemente, na geração de receita aos produtores, que necessitam de um maior número de grãos para encher uma saca.

Em relação à cafeicultura de arábica, a falta de precipitações no início do ano passado prejudicou as adubações e os tratos culturais como um todo. O déficit hídrico, que continuou durante 2014, agravou a fragilidade das plantas, fazendo com que os cafeeiros chegassem à pré-florada mal nutridos e estressados pela carga, com menor crescimento dos ramos (nós mais curtos) e do número de internódios, queda pronunciada de folhas, ramos secos, especialmente nas suas pontas, e com indução de gemas vegetativas no lugar das florais, portanto, com menor potencial produtivo.

Já nas principais regiões de café robusta do País, como o norte do Espírito Santo e o Sul da Bahia, as condições climáticas transcorreram normalmente, diferente do cenário observado nas áreas de arábica. No entanto, a partir de meados de dezembro de 2014, principalmente em janeiro e parte de fevereiro de 2015, verificou-se um forte veranico nessas localidades, com 50 dias sem chuva e temperaturas muito elevadas, o que conduziu os cafeeiros à seca da folhagem e ao “chochamento” dos frutos, com efeito prejudicial na safra esperada.

É oportuno destacar, embora seja do conhecimento da maioria dos profissionais ligados ao setor cafeeiro, que a retomada das chuvas na segunda quinzena de fevereiro de 2015 — não beneficiando as regiões produtoras de café de forma homogênea — não garantem a reversão da tendência de perdas de safra aqui estimadas, pois, especialmente para as áreas de café arábica, os fatores mais influentes na produtividade e na produção deste ano foram os vigentes desde o início de 2014. Ao contrário, fica o alerta que podem até haver perdas adicionais, pois as últimas floradas ainda resultam frutos não granados e a sequência das chuvas se faz necessária.

Por fim, pode-se confirmar que os efeitos negativos desse clima adverso também reduzirão o potencial produtivo dos cafezais na temporada 2016, haja vista que o crescimento dos internódios está de dois a quatro números atrasados em relação à normalidade, o que reduz a área para o surgimento dos frutos a serem colhidos no próximo ano.

SOBRE O LEVANTAMENTO
O levantamento foi feito em campo, da segunda quinzena de janeiro até a segunda quinzena de fevereiro de 2015. As propriedades foram visitadas por técnicos especializados em cafeicultura dos quadros da Fundação Procafé e de outras instituições ligadas a cooperativas e órgãos de assistência ao produtor, sempre com a coordenação da Procafé, os quais avaliaram in loco o estado vegetativo das plantas e a capacidade produtiva para a safra deste ano.

Foram visitadas 2.700 propriedades cafeeiras do Brasil, nas quais se aplicou um questionário contendo indagações sobre a área cafeeira total, a área com cafeeiros jovens, a área podada e as produções obtidas em 2013, 2014 e a previsão para 2015. Para a apuração dos dados, os questionários foram tabulados em planilha Excel e foram feitos os cálculos das médias e razões de produtividade, chegando-se aos resultados da safra estimada.

Em função da ocorrência de forte veranico nas regiões de café robusta do Espírito Santo e do extremo Sul da Bahia, considerou-se, também, uma quebra adicional sobre os números levantados, conforme o índice de “chochamento” previsto nos frutos.

Informações: Conselho Nacional do Café (CNC)

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ROBSON FRANÇA RODRIGUES

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/03/2015

Aqui no sul do Espírito Santo a queda será de mais de 40% em lavoura que não é irrigada e em lavoura que é irrigada e o produtor que tinha aguá disponível a queda será de 25%.
ROBERTO ROSA MACHADO

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - ESTUDANTE

EM 16/03/2015

Parabéns pelo comentário, caro Marco Antônio!

Vamos colher café em uma quantidade surprendente, pois as condições climáticas dos últimos anos não favorecem a agricultura. Minha preocupação é quanto à qualidade deste café. Quanto ao mercado, acredito na alta dos futuros, NY tem tudo para romper os 200,00 cents/lb e acabar de vez com esse momento de especulações.
MARCO TEMPESTA

VARGINHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/03/2015

Parabéns Marco Antonio Jacob pela análise concordo plenamente com você.
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/03/2015

Perpectivas de preços e exportação de café .







O Relatório do PROCAFÉ esta extremamente realista com todo o ocorrido nas lavouras de café brasileiras no ano de 2014 e também com ocorrido até o presente momento , neste ano de 2015.



Na mediana de PROCAFÉ , vamos colher ( (40.300  + 43.250) / 2 ) igual a 41,775 milhões , com um consumo interno de 21 milhões , restara apenas 20,775 milhões de sacas para exportar.



Nos últimos 12 meses o Brasil exportou 36 milhões de sacas , sendo que a colheita de 2014 foi de aproximadamente 46/47 milhões de sacas , assim sendo usamos 57 milhões de sacas ,portanto usamos 10 milhões de sacas de estoques.



O Brasil vai entrar na safra de 2015 (Julho/15 ) praticamente sem estoques e com uma safra pequena , as exportações serão de apenas 20/21 milhões de sacas entre JUNHO de 2015  a MAIO de 2016 , qualquer numero maior terão que ser retirados de estoques que na minha opinião não existirão , comercialmente dizendo , serão próximos a ZERO.



Daí a importancia para que o Levantamento de Estoques pela CONAB com base em 31 de Março de 2015 , seja bem feito e auditado .



O CNC , CNA , Cooperativas , Federações  e Sindicatos devem exigir que este Levantamento de Estoques que é obrigação legal da CONAB seja o mais transparente possivel.



Resumindo , não tem nenhum pais para substituir esta falta do Brasil ( Vietnan , Colombia , Indonesia , India , Etiopia , Guatemala , Peru , Honduras etc ).



Os estoques que os países importadores tem hoje na mão , estão todos "hedgiados" (já vendidos)  em Bolsas , conforme for necessário o uso , terão que recomprar nas Bolsas. ( desfazer o hedge) .



O consumo mundial esta em 150 milhões de sacas por ano , uma hora as disponibilidades mundiais vão mostrar a bunda , mesmo com as contra informações que muitos vão fazer.





Na minha opinião , o café subira muito , disse muito , hoje NY MAIO fechou em US$1,3500  por lb , talvez vejamos NY num futuro próximo a US$2,30 , US$3,00 , quiçá   rompendo o topo histórico de US$3,49 alcançado em 1977 , portanto 38 anos atrás.



Se considerarmos a inflação americana e transformarmos a cotação de 38 anos atrás, ano de 1977 , esta cotação corrigida pela inflação corresponde a US$13,00 por libra , portanto 10 vezes mais que a cotação atual.



Outra coisa  , os cafeicultores produzem dólares , com a instabilidade econômica e política brasileira, o café é um ótimo ativo , por isto os cafeicultores devem dosar  bem sua vendas.



Por isto, não se iludam com o canto da sereia que muitos compradores de café e participantes do jogo do mercado vão fazer.

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