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Importação de arábica: Governo aprova requisitos fitossanitários para entrada de café do Peru

POR EQUIPE CAFÉPOINT

PRODUÇÃO

EM 07/05/2015

5 MIN DE LEITURA

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Por Thais Fernandes

No último dia 29 de abril, o Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Décio Coutinho, assinou a Instrução Normativa Nº 6, onde aprova os requisitos fitossanitários para importação de grãos de café arábica, produzidos no Peru. O texto foi publicado no Diário Oficial da União, mas não aponta de quem partiu o pedido de importação.

O deputado federal Evair Vieira de Melo (PV/ES), se manifestou contra a medida. Em um pronunciamento durante audiência pública nesta quarta-feira (6/5), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), ele fez um pedido ao Governo Federal para rever a decisão. “O Brasil trabalha há anos para sair da ‘commodity’. Não podemos, agora, abrir precedentes para entrada de café que vem de locais com processos produtivos muito diferentes dos nossos”, apontou o deputado em entrevista ao CaféPoint.

O Conselho Nacional do Café (CNC) também declarou sua contrariedade à medida. De acordo com o presidente da instituição, deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), “o CNC entende como inaceitável e inconcebível a autorização para se importar café arábica do Peru, justamente no período da entrada de safra do Brasil, o maior produtor mundial”. Outra medida tomada recentemente pelo Mapa desagradou o setor. “Não obstante, acabamos de presenciar a realização de um leilão dos estoques públicos do produto, que, ainda que em volume pouco significativo, se somado à possibilidade de importação, sinaliza ao mercado que o Brasil não possui o produto para honrar seus compromissos com exportação e consumo, o que não é verdade”, enfatiza Brasileiro.

 
Foto ilustrativa: Renata Wolfe / Café Editora
Foto ilustrativa: Renata Wolfe / Café Editora

O CNC já encaminhou nesta segunda-feira (4/5), ofícios à ministra Kátia Abreu e à presidente Dilma Rousseff solicitando a suspensão dessa aprovação dos requisitos fitossanitários para importação de café arábica do Peru. O reflexo da medida no mercado cafeeiro pode gerar sérios impactos financeiros ao setor, conforme aponta o CNC, que acredita que a ação sinaliza que o País não terá oferta para honrar a demanda. “O ingresso de grãos do exterior, quando temos café para satisfazer as necessidades, pressionará ainda mais os preços da commodity, fazendo com que os produtores, já endividados, percam renda e, por conseguinte, competitividade, sendo uma medida extremamente negativa e que poderá retirar muitos cafeicultores da atividade, a qual, do ponto de vista social, é a principal geradora de empregos no campo. Subsequentemente, provavelmente veremos o desencadeamento do desemprego nas regiões produtoras e o seu reflexo no inchaço das cidades, aumentando a violência urbana”, alerta o deputado Silas Brasileiro.

Além de enfatizar que “a cafeicultura brasileira já não tem preços satisfatórios”, Evair, que também é técnico agrícola e cafeicultor, apontou que não vê motivos para os pedidos de importação. “É uma competição desleal com a produção brasileira. O assunto não foi amplamente discutido e os argumentos deles não me convencem. Nossa diversidade de oferta é muito grande”, afirma.

Caso Nestlé
O setor vive desde o ano passado um impasse na discussão sobre importação de café verde, quando a gigante Nestlé manifestou interesse em abrir uma fábrica de cápsulas de café no País. A pedra fundamental da fábrica Nescafé Dolce Gusto foi lançada em Montes Claros (MG) em 18 de dezembro de 2014. O CaféPoint acompanhou as reações da cadeia produtiva do café, que se dividiu em relação a exigência da marca por importação de café verde de diferentes origens, para compor seus blends.

Entre as questões que o deputado Evair de Melo pretende discutir, está sua oposição à importação também no caso Nestlé, e à resolução que zera o imposto e importação de máquinas domésticas de cápsulas de café, além de “café torrado e moído em doses individuais, acondicionado em cápsulas”.

Evair defende uma discussão mais ampla da questão da multinacional. “Essa é uma operação que algumas entidades e governos analisaram, mas não estão todos de acordo. Eu, profissionalmente, como produtor, sou contra”, explica. Ainda segundo Evair, a medida é contraditória do ponto de vista econômico. “Esse pacote de medidas é que não está nos agradando. Essa não é uma boa hora para incentivos fiscais aos produtos importados. Isso com certeza vai atingir nossa indústria nacional”, afirma referindo-se principalmente às máquinas e cafés em cápsulas.

O deputado do PV informou, ainda, que já solicitou à ministra Kátia Abreu uma reunião com representantes da Nestlé. “É uma empresa importante, mas precisamos discutir presencialmente essa decisão”, comentou Evair, que ainda não recebeu data oficial para a reunião. Leia mais sobre a polêmica envolvendo a Nestlé no Brasil.

O CaféPoint entrou em contato com a assessoria do Ministério da Agricultura, que não retornou até o fechamento desta matéria.

Leia, abaixo, o texto completo da Instrução:

INSTRUCÄO NORMATIVA N 6, DE 29 DE ABRIL DE 2015
O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 10 e 42 do anexo I do Decreto nº7.127, de 04 de março de 2010, no Decreto nº 24.114, de 12 de abril de 1934; no Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994; no Decreto nº 5.759, de 17 de abril de 2006, na Instrução Normativa nº 23, de 2 de agosto de 2004; na Instrução Normativa nº 6, de 16 de maio de 2005 e o que consta dos processos nº 21000.003778/2008-14 e 21000.009497/2008-67, resolve:

Art. 1º Aprovar os requisitos fitossanitários para importação de grãos (Categoria 3, Classe 9) de café (Coffea arabica L.), produzidos no Peru.

Art. 2º Os envios de grãos especificados no art. 1º desta Instrução Normativa deverão estar acompanhados de Certificado Fitossanitário - CF emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária - ONPF - do Peru.

Art. 3º As partidas importadas de que trata o art. 2º desta Instrução Normativa serão inspecionadas no ponto de ingresso (Inspeção Fitossanitária - IF) e, no caso de interceptação de praga, serão adotados os procedimentos constantes do Decreto n.º 24.114, de 12 de abril de 1934.

Parágrafo único. Em caso de interceptação de praga quarentenária ou praga sem registro de ocorrência no Brasil, a ONPF do Peru será notificada e a ONPF do Brasil poderá suspender as importações de grãos de café até a revisão da Análise de Risco de Pragas.

Art. 4º No caso de descumprimento das exigências estabelecidas nesta Instrução Normativa, o produto não será internalizado.

Art. 5º A ONPF do Peru deverá comunicar a ONPF do Brasil qualquer alteração na condição fitossanitária da cultura do café, nas regiões de produção que exportam ao Brasil.

Art. 6º Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação.
DÉCIO COUTINHO

 

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WALTER MORA

COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 13/05/2015

Las multinacionales  hacen su fiesta y los gobiernos $$ se prestan   .Recuerden que se importa en dolares y al productor se le paga en reales....tambien esto sirve para distorcionar los inventarios reales y aparentar tener mas cafe y dar señales al mundo que hay mas cafe de la cuenta logicamente las consecuencias las paga el productor.
GALENO LEITE

MEDEIROS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/05/2015

ESSA É A AJUDA QUE ESSE GOVERNO DÁ AOS PRODUTORES
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 12/05/2015

Gostaria de esclarecer que não sou protecionista,a importação nunca focou num arabica diferenciado,existem outros bons sabores lá fora tambem;o negocio é que as torrefadoras muntinacionais sonham em trazer o robusta do vietnã,mais barato e bem inferior,liquidando com o nosso conilon.Importar cafe do Peru é só jogo de cena,num governo corrupto como o nosso ,seria a deixa para importar robusta.Qto ao pleito da Nestle todos sabemos qual real objetivo,temos bons cafés para suas capsulas,vide a concorrencia.Fiquem atentos pois os politicos podem nos vender por qualquer tostão!
ELI VALERA NABANETE

MARUMBI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/05/2015

Esses dias fiz um comentario sobre os assessores da Ministra Katia.Li que ela contratou seu cabeleleiro e sua dentista.PQP mesmo!
ANA PAULA PAIXÃO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 12/05/2015

Bom dia. Concordo com Mário Dorneles e com Juçana sim. A União faz a força. Não vejo qualquer união no setor. Nem dos produtores, nem da Indústria. Quem tem Poder de Barganha leva o jogo !!!
JUÇANA

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/05/2015

Concordo com Ma'rio Dorneles, certa ocasião li em uma revista do agro, "Se cada Produtor Rural soubesse a força que tem, elegeria seus representantes dignos de nos representar ". Quem sabe na crise entenderemos que há oportunidades. Somente mudaremos isto com muita união e  objetivos comuns.Fortalecendo nossas Cooperativas, possivelmente transformaremos nosso setor e nosso país.
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/05/2015

Meu caro, os produtos brasileiros só estão se aguentando pelo preço do dólar. Soja, milho, trigo e café.
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/05/2015

Lógico que vai errar de novo. É da nossa índole. Cita uma coisa boa que o Governo nos últimos 14 anos fez de bom? É fácil ficar redigindo normativas no ar condicionado. Vá ao campo, fale com os produtores e depois redija algo que preste, mas a favor dos agricultores brasileiros. E a nossa Ministra que diz ser do ramo, também não sabe de nada? PQP
JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 11/05/2015

Só falta vir um café do Peru como o que foi importado na década de 80 de países africanos  ...uma porcaria que servia para fazer adubo orgânico.O governo brasileiro, digo, o Ministério da Indústria e Comercio importou dos países africanos para que eles não colocassem estes cafés no mercado internacional e consequente queda nos preços e, o Brasil reteve seu café enquanto os principais países produtores, aproveitando a pequena alta, venderam seus estoques encalhados .O BRASIL ficou com suas safras e com o lixo do café africano por diversos anos e com os preços internacionais girando em torno de  U$ 45,00/saca de café beneficiado.

Será que o BRASIL(Governo) vai errar novamente????

Será que mais uma vez o CAFEICULTOR BRASILEIRO vai "pagar o pato"????
ROBERTO DE CASTRO

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/05/2015

Se o preço, e a qualidade do café Peruano, for competitivo, não podemos ter medo deles, pois somos o maior produtor mundial de arábica, a importação deve estar amarrada com outros contratos de exportação de produtos brasileiros, e assim funciona o comercio mundial, oque  devemos fazer é o dever de casa, produzindo com qualidade, e a preços  que possam se equiparar globalmente. , como tem sido até hoje.
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/05/2015

É uma vergonha um País que explora esta atividade há 200 anos não ter até hoje uma política interna para a cultura. Depois que o País definir isto, vamos falar em concorrência, disputa e abertura de mercado. Não temos sequer seguro para exploração do café.
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/05/2015

É a pá de cal. F...
ANA PAULA PAIXÃO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 11/05/2015

Bom dia ! O Brasil precisa abrir mercados e claro que não vai agradar todos. Abrir o café do Peru para poder exportar outro produto para o Peru. Isso é comércio internacional. Baixar o protecionismo. O produtor de café precisa negociar com o Governo Brasileiro melhores condições financeiras para o processo de produção do café. Republicando no meu blog: https://www.anainternationallawyer.com
JOSE LUIZ AMADEU

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/05/2015

Essa desgraça desse governo bolivariano do petê, algum dia, já fez alguma coisa a favor do paìs e dos produtores rurais?
MARIANO MARTINS

EM 09/05/2015

Silas Brasileiro? #NãoMeRepresenta!

(não concordo com o diagnóstico do problema)



"O ingresso de grãos do exterior, quando temos café para satisfazer as necessidades, pressionará ainda mais os preços da commodity, fazendo com que os produtores, já endividados, percam renda e, por conseguinte, competitividade, sendo uma medida extremamente negativa e que poderá retirar muitos cafeicultores da atividade, a qual, do ponto de vista social, é a principal geradora de empregos no campo. Subsequentemente, provavelmente veremos o desencadeamento do desemprego nas regiões produtoras e o seu reflexo no inchaço das cidades, aumentando a violência urbana", alerta o deputado Silas Brasileiro.
MARCO SANTOS

EM 08/05/2015

Esta noticia apenas evidencia o quanto o café brasileiro sofre com a assimetria de informação, a descrença dos compradores, ninguém acredita que produzimos qualidade. O produtor é eficiente, mas há um descompasso na transferência dessa eficiência para o mercado. Enquanto não termos multi programa de marketing adaptados a realidade da cadeia de valor de cada região vamos continuar vendendo commodity.
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 08/05/2015

Esta noticia mostra o quão a industria do café nos enxerga,como idiotas.Somos um dos maiores produtores de cafe premium,apesar de não pagarem por isso,enviamos cafe para o exterior onde apos rebeneficio tira-se de 25 a 30% de cafe considerado gourmet,partindo da comoditi.É claro que melhor importar de outros paises onde através da exploraçaõ dos produtores locais compra-se muito mais barato,vide preço pago por exemplo aos produtores da Etiopia.Certas multinacionais acham que com programas de micro lotes podem comprar o produtor brasileiro!Naõ podem!! Naõ estamos a venda!Teremos num futuro não muito distante a maior torrefação de produtores do brasil,e ai vamos ver quem vai mandar no mercado,quem produz ou que só nos explora!!Produtores unam se em suas cooperativas,pois unidos somos imbativel!!Cooperado da Cooxupe lute por ela como se fosse sua,pois ela é sua!!É com ela que seremos vitoriosos!!!  
MARCO SANTOS

EM 08/05/2015

Aleluiaaaa, até que enfim vamos poder elevar a competitividade de verdade da cadeia brasileira. Concorrênciaaaa
GERALDO GARCIA DE MEIRELES

GOIÂNIA - GOIÁS - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 07/05/2015

O Brasil sempre produziu café arábica em quantidade e qualidade suficientes para atender o consumo interno e com excedente para satisfazer os compromissos de exportação.  Por diversas vezes, ao longo dos anos em que acompanho a política cafeeira, várias investidas no sentido de prejudicar o produtor brasileiro foram apresentadas por autoridades governamentais que fechados em gabinetes com ar condicionado, não conhecem a realidade do campo. Só o verdadeiro cafeicultor sabe o que é implantar e custear uma lavoura de café, enfrentar as intempéries climáticas , as oscilações de mercado, os planos econômicos  e ainda  ter de lutar contra  exatamente quem deveria apoiá-lo. Vamos protestar  veementemente contra a Instrução Normativa  n.6 , por ser ela prejudicial  à cafeicultura brasileira.

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