Lavouras da Região da Mantiqueira de Minas, em fevereiro de 2015
Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora
As incertezas quanto à safra 2015/2016 do café continuam a rondar os diversos setores da cadeia produtiva do café nacional. A Mantiqueira de Minas foi uma das regiões produtoras que sofreu com a seca em 2014. O problema climático, que prosseguiu no final de 2014 e início de 2015, trouxe algumas consequências para a atual produção dos cooperados da Cocarive - Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde.
A estiagem registrada ainda em janeiro deste ano fez com que o calendário de produção local tivesse que ser readequado. “Devido à falta de chuva em 2014 houve um atraso na maturação dos grãos e por isso a colheita na maioria das fazendas será no início de junho”, aponta Alvaro Antônio Pereira Coli, diretor da Cooperativa. Mesmo com o atraso, a expectativa para colheita desta safra é de 180 mil sacas.
Exportações
Em fevereiro de 2015, em visita a região, o CaféPoint conversou com o presidente da Cocarive, Ralph de Castro Junqueira, quando a meta da Cocarive para exportação em 2015 era de 25 mil sacas – aumento de 15% em relação a 2014. Com a aproximação da colheita e a Cooperativa acompanhando os trabalhos dos produtores, essa meta está sendo mantida, afirmou a diretoria.
A Cooperativa frisa, ainda, seu foco em trabalhar com microlotes. “O nosso compromisso é com a qualidade, necessitamos agregar valor nos cafés para o alcance de melhores preços visto que a nossa produção é manual e onerosa por serem cafés de montanha”.
Em 2014, o café da região, conhecido por sua doçura, teve uma acidez acentuada pela falta de açúcar no grão, consequência da escassez de chuva. “Com o volume de chuvas no início deste ano, a expectativa é de um resultado bem melhor na bebida”, acredita Coli.
Produção
Atualmente, o custo de produção na região está em R$ 410 por saca, em média. “A poda com safra zero foi utilizada em maior escala em 2013 por ter sido uma safra grande. A tendência é aumentar, pois desta maneira há uma redução no custo de produção”, explica Coli sobre a técnica, uma das mais utilizadas pelos cooperados para buscar maior produtividade.
A média de chuva tem sido considerada boa pelos cafeicultores na região da Cocarive ao longo de 2015. Em 2014 um dos fenômenos que marcou a produção foi o processamento de pós-colheita. Devido à falta de água, o beneficiamento de café natural aumentou na região. “Para 2015 ainda não há previsão. Os produtores estão otimistas, embora a falta de água nas propriedades possa forçar o produtor a optar pelo processamento de via seca, isto é, natural”, explica Coli.