O gerente técnico da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, Carlos Armando Uribe Fandiño, disse que o El Niño não deverá afetar a produção de café do país. Segundo ele, enquanto há uns meses a perspectiva era de que havia 80% de possibilidade de ocorrência desse fenômeno climático, essa porcentagem agora é de 50%. Espera-se que ocorra entre dezembro desse ano e março de 2015.
Segundo o funcionário, deve-se levar em conta que em algumas regiões o fenômeno deixa efeitos positivos, devido ao impacto pela concentração da floração, ao se acentuar a deficiência hídrica. “Para a zona cafeeira que é mais conveniente o El Niño, porque deve-se lembrar que a onda de inverno de alguns anos atrás deixou os cafezais com 40% de broca”.
No entanto, ele disse que a preparação para mudanças climáticas seguem em marcha, pois não somente em curto prazo se vislumbram efeitos, mas também, é necessário estar preparados para os próximos anos, pois se tem previsto que a temperatura aumentará em 2 graus centígrados.
Segundo o Centro de Pesquisas de Café (Cenicafé), os impactos do El Niño serão muito positivos, sobretudo nas regiões com altitudes superiores a 1.500 metros sobre o nível do mar, incluindo a Zona Andina Central e em 1.200 metros, nas zonas Atlântica e Oriental no país.
O gerente destacou que a colheita desse ano será de cerca de 11,5 milhões de sacas, representando 5 bilhões de pesos (US$ 2.66 mil) em receitas para 590 municípios cafeeiros. Ele disse que o comportamento da produção é relevante, tendo em conta que nos últimos 12 meses, foram produzidas 11,7 milhões de sacas.
O Cenicafé desenvolveu uma plataforma web com os dados de monitoramento do clima durante os últimos 65 anos.
O pesquisador do Centro, Néstor Riaño, disse que a plataforma, Agroclimática del Café (https://agroclima.cenicafe.org), projeta-se como uma ferramenta básica de apoio à tomada de decisões, que permitirá aumentar a certeza no momento de decidir com relação ao manejo de cultivo. Além disso, permite a exibição de informações históricas da rede de estações convencional e o acesso às informações agroclimáticas de interesse para os cafeicultores, técnicos e pesquisadores.
A reportagem é do https://www.lapatria.com / Tradução por Juliana Santin