ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Custos da Cafeicultura no país do Bolsa-Família, por Armando Matielli

POR ARMANDO MATIELLI

ESPAÇO ABERTO

EM 27/03/2012

4 MIN DE LEITURA

25
0
Armando Matielli - Presidente Executivo da SINCAL - Cafeicultor em Guapé - MG - Eng. Agrônomo com MBA em Marketing na FGV.

A cafeicultura hoje passa por problemas bem distintos. Propriedades rurais que dependem praticamente de trabalho manual, com o mínimo de mecanização, sofrem os efeitos da falta de mão de obra, principalmente por conta do Bolsa-Família. Quando conseguem contratar, produtores de regiões montanhosas, tem seus custos de produção aumentados violentamente em decorrência dos altos custos de mão de obra.

Aproximadamente, 72% do segmento utiliza trabalhadores tanto para colheita quanto serviços gerais. Calculamos a R$15,00/medida de 60 litros, que foi um valor praticamente corrente na colheita da última safra e que eleva tremendamente os custos da produção de café.

Vivemos um enorme contra-senso: O Programa Bolsa Família, para 11.000.000 de pessoas, impende o registro de trabalhador. A consequência é que, infelizmente, muitos beneficiados preferem não trabalhar e continuar no Programa.

Apagão de mão de obra não especializada

Conforme a lei do Bolsa Família, a partir do momento que o beneficiado for registrado, cessa-se imediatamente o vínculo com o projeto. Por outro lado, o empregador prefere registrar os funcionários porque é exigência legal, além de ser mais seguro para ambos os lados. Como resolver esse impasse? Há hoje um reposicionamento na pirâmide social do país. Representantes das classes C,D e E estão conquistando novas oportunidades de trabalho. No lugar dessas pessoas, trabalhadores de rendas mais baixas ocupam naturalmente esse espaço. Essa é a dinâmica de mercado. A evolução ocorre para todos. Entretanto, para estas famílias que recebem o benefício, o correto seria uma outra sistemática visando continuar com o apoio do programa, mas possibilitando o trabalho remunerado. Não é o que ocorre. Fica um abismo entre essas duas classes impactando muitos empregadores, em especial produtores rurais, que utilizam trabalhadores não especializados.

Qual a consequência do apagão da mão de obra? A invasão de estrangeiros vindos de países onde as leis trabalhistas são amadoras, quando não nulas. Haitianos, paraguaios, bolivianos e outros trabalhadores vindos voluntariamente, ou não, para preencher esse vácuo. Enquanto isso o Brasil cria um contingente de "bolsistas", dos quais muitos perfeitamente aptos ao trabalho, porque a conjuntura econômica permite sua inclusão profissional.

As 11 milhões de bolsas- família, correspondem aproximadamente a 40 milhões de brasileiros vivendo na ociosidade. E para o empregador falta mão de obra. É urgente rever os critérios do Programa. Corremos o risco de termos no futuro um sem número de estrangeiros se profissionalizando no país, enquanto os brasileiros permanecem estagnados. Réplica do que vive a Europa hoje.

A falta de mão de obra mata a cafeicultura e outras atividades. E isso é oposto ao desenvolvimento. O programa Bolsa-Família deve continuar, mas com regras alinhadas ao crescimento não só de consumo, e sim de empregos. Uma ideia viável é suspender a proibição do registro e/ou do benefício em épocas de safra. O empregado tem um aumento da remuneração em 6 meses, e depois, não tendo a intenção de continuar trabalhando, tem seu benefício de volta assim que rescindido o contrato.

Salário Máximo, Lucro Mínimo
A crescente valorização da mão de obra na cafeicultura, impacta em até 60% no custo de produção. A economia brasileira em franco crescimento, alavanca esses valores, inviabilizando diversos segmentos, entre os quais, o café. A cafeicultura é importante geradora de divisas e agente uma social. O país responde por cerca de 50% do mercado de café arábica mundial. É, o mundo não fica sem o nosso café.

Portanto, traders e torrefadores internacionais precisam enxergar a nova economia nacional. O café brasileiro vale mais, porque tem qualidade e segue leis rígidas trabalhistas e ambientais. Nossos custos aumentaram e precisamos do retorno desse investimento. O preço da matéria prima é irrisório em comparação com o preço do produto preparado e industrializado.

A tabela abaixo apresenta o cálculo de uma produtividade de 22 sacas/ha que é aproximadamente o que produzimos. Se produzíssemos 40 a 50 sacas/ha, como alguns veículos divulgam, teríamos uma produção de 100.000.000 de sacas em média, o que não reflete a realidade.

Tabela: Custo de Produção da cafeicultura de montanha. Características da Lavoura: Espaçamentos de 3,8 x 0,5m. Produtividade = 22 sacas/ha.

*HD = 35,00/Dia
*Nesses custos não levamos em consideração: Remuneração do Capital Empatado, depreciação de veículos e semoventes e despesas ambientais. AM/NL-03/2012
Referência: Cultura do Café no Brasil. Matiello, Santinato, Garcia, Almeida e Fernandes. Páginas 430 e 431. MAPA/PROCAFÉ.
Fonte: SINCAL


Possíveis Soluções

É crítico que toda a cadeia cafeeira, como comerciantes, cooperativas, exportadores e importadores, além do Ministério da Agricultura,enquanto gestor, precisam repensar essas práticas de mercado. Com um custo da saca de café apresentado acima de R$ 442, isso inviabiliza a cafeicultura nacional nos atuais patamares de preço. O produtor vendeu o café em mais de dez anos na faixa de R$ 250/saca. O discreto aumento para R$ 400 ou R$ 500/saca, não cobre as perdas desse período, sequer investimentos futuros.

Para "afundar" ainda mais o setor, o produtor não familiarizado com cálculos, aceita esse preço que está muito aquém do necessário para manter uma propriedade. O empregado precisa de uma política que estimule o trabalho, não a ociosidade. O empregador, estratégias de crescimento sólidas, não frágeis. O país, um planejamento de longo prazo sério e comprometido. Estamos dispostos ao diálogo. E vocês?

25

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ARMANDO MATIELLI

GUAPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/04/2012

Caro Samuel Fornari,

Muito obrigado pelos comentários. Realmente procuramos ser democráticos mas, não somos infalíveis . Fico satisfeito com os comentários de acordo ou desacordo pois, nunca seremos unânimes nas opiniões. Vi diversos comentários seus no site do CaféPoint e, é assim que vamos lutando para melhorarmos o negócio do café que é tão importante para um contingente milhões de brasileiros e, infelizmente muitos dos cafeicultores só sabem produzir e estão longe das informações por motivos alheios às vontades dos mesmos

Abraços.
SAMUEL HENRIQUE FORNARI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 09/04/2012

Sr Armando,

Bom saber que o amigo é antes de mais nada um democrático. Assim opiniões divergentes podem ser respeitadas de ambas as partes.

Sr. Armando, jamais questionaria a justiça de preços mais elevados, o café foi um dos produtos que menos corrigiu historicamente, senão o que menos corrigiu. Me recordo num passado não muito distante uma saca de café sendo equivalente a 15 sacas de soja, ou seja, os atuais preços não tem a menor graça ainda mais com elevados custos de produção!!! Em todos estes pontos concordamos plenamente.

Sr. Armando, o amigo aqui trata-se de um chato crítico, mas pode ter certeza, que muito bem intencionado. Cobramos da Conab por números mais coerentes e parece que aos poucos o setor vem sendo atendido. Pena que essas correções muitas vezes caem nas costas do produtor( Ex: Conab sempre divulgou uma safra de 5 a 10% menor e o mercado sempre soube disso. Esse ano muitas cooperativas tem divulgado uma safra até menor que a de 2010, mas para a Conab ela será recorde, pois tenho a impressão que ela tem tentado corrigir erros passados ou pelo menos não comete-los mais no futuro) ai veio o mercado e fez o de praxe,colocou mais 10% em cima da conab.( dessa vez espero que errem em virtude da nova tendência da Conab). Sr Armando, ficamos doidos de raiva quando vem um gringo, que mal sabe onde fica o Brasil e joga uma projeção de safra de 60/65 milhões com nitida intenção de derrubar os preços, mas a reciproca é verdadeira, temos que cobrar de nossas entidades que nos tragam números mais próximos da realidade, para que a euforia não seja disseminada de maneira errada e o produtor não tome decisões precipitadas em seus investimentos. Nesse contexto, entra minha discordância, falta de 25 milhões em 2 ou 3 anos como foi amplamente divulgado de 2010 em diante, safras de 32/35 milhões entendo que só um evento climático mais severo para acontecer. Vamos torcer para que logo os fundos em NY voltem a olhar para o café como um bom investimento e enxerguem o quadro de aperto que atravessa o café. No mais Sr. Armando, compro a briga junto com o Sr., viver de café, mesmo com a melhorada nos preços( que infelizmente não deu pra se aproveitar tanto), não está nada fácil!!!

Abraço
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA NERES

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO

EM 09/04/2012

Parabéns pela matéria de grande repercusão, com certeza é o que mais esta impactando a cadeia produtiva do café, esta foi uma analise global de situações que vem acontecendo, os agricultores que estão o tempo todo ligados apenas a sua propriedade estão ficando a cada hora mais desinformados se prendendo a especulações de atravessadores e culpando companheiros cafeicultores pelo alto preço da mão-de-obra.
ARMANDO MATIELLI

GUAPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/04/2012

Em resposta ao comentário do Sr. Samuel Fornari de S. José do Rio Pardo:

Caro Fornari,

É excelente quando temos gente no nosso meio dispostas a escrever e se expor sem medo de comentários desagradáveis. Nunca consiguiremos agradar "gregos e troianos", primeiramente não somos políticos e não aceitamos a ser carneiros ou ficar "em cima do muro", muitas vezes acertamos e outras erramos pois, quem faz erra e o omissos nunca erram.

Com relaçâo as previsões, consumo e exportações se compararmos na última decada o balanço desse tripé faltam mais de 50 milhões de sacas. Caríssimo Fornari, os nossos números e estatísticas estão totalmente errados e incabíveis, se falamos, em 35 a 38 milhões de sacas ou a Conab com 42 milhões, dentro do apresentado acima, ainda não sei se estávamos errados.

Quando falamos que poderemos vender acima de R$1000/saca vejo como uma forte possibilidade pois, todos os indicativos demonstram uma falta eminente de café a nível mundial e, o Brasil é o principal articulador dos baixos preços do café arábica no mercado mundial pois, temos 50% de participação e somos tomadores de preços. Caro fornari é uma vergonha, a falta de gestão e nossa vulnerabilidade e nossa fraquesa, talvez(?) proposital e, favorável aos diversos elos da cadeia em detrimento ao cafeicultor que vendeu café na faixa de R$220/saca por mais de dez anos com elevação dos custos em 550%. o que o senhor acha disso? o que o senhor acha de não possuirmos um referencial/ contrato de arábica natural, com 50% do mercado, na bolsa de nova york, comandado pelos lavados de 19 países com os outros 50%? o que o senhor acha da pátria, os cafeicultores e trabalhadores perdermos 30 bilhões de dolares em 14 anos por pratica de preços mais baixos que os concorrentes e Nova York, num verdadeiro dumping. portanto, senhor Fornari penso que nós da Sincal somos extremamente responsáveis e também poderemos errar "quem faz também erra",mas , estamos com a consciência muito tranquila, pois sabemos que estamos lutando por uma causa justa e deveríamos estar vendendo café a mais de R$1000/saca para recuperar os prejuízos sofridos.

Caro Samuel Fornari, somos manipulados, somos virtualmente tapeados e digo que as margens do café são muito maiores que as de drogas. Talvez seja uma comparação um tanto radical e contundente mas, matematicamente verdadeira. Ver ``Veja`` de 25/01/12 pagina 68, compara o quilo da pasta de coca , na bolívia, contra o preço da cocaina ou do crack no Brasil. Compram na Bolívia um kg de pasta e fazem 10 vezes mais o valor em dinheiro aqui no Brasil. Se fizermos as contas no café, chegaremos facil em 100 vezes mais caro o café na boca do consumidor dos países do primeiro mundo e os miseráveis R$400, R$500, p/ o cafeicultor.

Prestamos todo esse trabalho, via Sincal, sem remuneração e colocando dinheiro do bolso, sendo processados por elos da cadeia café. Precisamos de gente articulada como o senhor para nos ajudar na defesa do agronegócio café e da pátria.
ADHEMUR PILAR FILHO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 02/04/2012

Na média de tres, quatro ou cinco anos, pelos preços reais de venda que não são os de primeira qualidade, o resultado financeiro liquido de uma plantação boa e bem cuidada, será em torno de 10 a 15%.


Este resultado por si mostra, para quem quer investir em plantação de café e que vá comprar terras para tanto, e vender internamente ou via cooperativas, um porcentual muito próximo a aplicação financeira anual em banco, sem precisar correr os riscos atmosféricos, trabalhistas, fiscais etc.


Para quem esta no barco, é remar contra a correnteza das despesas inerentes.


O país está devagar, garantido por exportações não manufaturados como minérios, carne, soja, café e poucas coisas mais. O dinheiro internacional esta entrando a rodo, por falta de outro país onde possam investir. Até quando vamos viver em berço esplendido? Ou será que estamos nos enganando!


Agora estão entrando neste mercado bancos e grandes fortunas. Deverão produzir café de ótima qualidade e terem estrutura exportadora.


Os pequenos agricultores dançarão, se esforçando fisica e mentalmente por migalhas
FERNANDO DE SOUZA BARROS JR.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - TRADER

EM 02/04/2012

Prezados Samuel e Ricardo

Quando voêe leva ao produtor aquilo que não é de interesse do COMPRADOR de Café(importadpres e exportadores) que só operavam vendidos um ano a frente e abaixo da cotação fajutada de N.York  e ainda dizendo que estávamos no maior preço da História, nós viemos e falamos que o maior preço, se deflacionassemos, seria de R$1100/R$1200,00 a saca. Quanto a expectativa de preço para o primeiro semestre de 2012 ela foi abortada pelo cancelamento de vendas efetuadas anteriormente a valores mais altos, certo! Sendo assim o Exportador recebeu dinheiro de fora e o importador foi comprar o Robusta para fazer 80%(robusta),10%(Brasil/arábica) e 10% (Colombia) baixaram os preços, o consumidor bebe e acha bom, com leite de certo! E o produtor aqui foi para a geladeira! Portanto meus amigos o que a Sincal falou e analisou seria em uma determinada situação certo?! Mas como existe a possibilidade de se cancelar vendas realmente aí fica díficil.Quanto ao produtor o que achamos é que ele deve vender por opinião e não por precisão. Temos inúmeros amigos que fizeram média acima de R$450,00 a saca e até de R$500,00 agora temos amigos que foram forçados a vender a R$500,00 e se deram bem entendeu,mas o importante é que o preço saiu de R$270,00 e hoje está aí a R$390,00/R$400,00 e com isto o Importador está tentando começar o jogo novamente mas continuamos achando que o mercado é do vendedor.Se peocupem mais com a Conferencia do estoque de passagem que ninguem quer conferir,pois a maior parte dos cafés são baixos.Vão até a CONAB ver como fazem certo!? Fiquem em cima do consumo interno que tambem não é 20 milhões de sacas e sim 15/16 e assim os números não batem.Fiscalizem os embarques de Café quanto a peso e qualidade pois voce não ve movimento e os embarques estão aí! Concluindo voces tem livre arbítrio para lerem e fazerem suas análises pois cada caso é um caso. Infelizmente a especulação  pode machucar quem fica vendido sem ter e o comprado que não coloca um limite na diminuição de preço para pular fora e pagar suas contas.





Abraço e boa sorte
MARIA ÉLIDE BORTOLETTO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 02/04/2012

Eu também enfrento este problema na minha fazenda. Eles querem trabalhar mas sem registro em carteira, o que é ilegal. O ministério do trabalho vem e multa o proprietário. O governo tem que rever o bolsa família pois a oferta de empregos está crescendo, muito diferente do período que o programa foi criado.
RICARDO DE SOUZA FERREIRA

CAPARAÓ - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 02/04/2012

Parabéns pelo excelente artigo.

Os ditos "programas sociais" do governo beneficia uma classe em detrimento de outras. Estimula que os trabalhadores continuem a não aprender a pescar, trabalhar na clandestinidade, acostumar a viver com um ninharia e não lutar por mais empregos dignos e bem remunerados. Por outro lado o governo "solta" a fiscalização em cima dos empregadores que sem recursos têm que assinar carteira de trabalho e pagar altos impostos, onerando ainda mais a sua produção.
RICARDO WEIGA RODRIGUES

JAÚ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 31/03/2012

Prezado Sr Fernando de Souza Barros jr.

Me permita discordar do colega. A Sincal também cansou de avisar que os preços explodiriam, que café viria acima de R$ 1.000,00, soltando alertas ao mercado para não venderem seu café. Agora  "o produtor é que confundiu crédito com renda e deu um tiro no pé plantando mais café e ainda fica pedindo para ser salvo" como o Sr disse.

É como chegar para alguém e dizer: Olha, ali na esquina tem uma mina de ouro enorme, mas não vai lá não, porque se você, eu e todos forem la pegar, todo mundo vai ter ouro e ele não valerá mais nada.
WILLIAN GOULART

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/03/2012

Acredito que o café dá lucro quando:

-você consegue vender no pico de preço do ano.
-não tem geada, seca severa, chuva de pedra.
-não entra nenhuma doença sem controle pelos defensivos.
-você não faz a conta de quanto o valor de seu investimento daria em juros no banco.
-nenhum empregado seu quebra a perna e exige indenização
-seu colono antigo não entra na justiça revindicando tempo de casa agumas dezenas de milhares.
-o ibama não lhe imputa uma multa qualquer.
-sua propriedade não é roubada.

Se quiser pode acrescentar mais itens à lista, fiquem a vontade.
SAMUEL HENRIQUE FORNARI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 30/03/2012

Para mim, o grande problema se encontra na curta memória do mercado. É fácil vir agora e bater no produtor, acusando de ter plantado mais café. Jurei que não comentaria mais sobre o assunto porque fui criticado de forma não muito agradável, por pedir credibilidade nas informações, convidado por integrantes da Sincal a visitar suas lavouras e por aí vai. A Sincal gritou aos 4 cantos que faltaria café, que a safra de 2011 seria de 35 milhões.(Segue manchete postada no próprio CaféPoint dia 16/02/2011":Armando Matielli (SINCAL): vamos colher no máximo 35 milhões de sacas de café" ). Ai veio a Conab e falou em 42 num primeiro momento, me lembro que todos se assustaram, que a Conab estava doida etc etc etc. Bom, o tempo passou e com um simples cálculo fica fácil perceber que a safra foi até superior ao projetado pela Conab (hoje a safra de 2011 ficou em 44 pela Conab e para o mercado em 48, número esse último, o único capaz de explicar o volume exportado e consumido). Na época pedi responsabilidade, credibilidade, quando a Sincal falava em 35 milhões, pois isso geraria falsas expectativas, euforia e talvez plantio desordenado. Mas agora a culpa do produtor???

O mercado é muito apertado sim, o consumo é muito bom e qualquer probleminha pode fazer os preços subirem forte, mas, justamente quem trouxe as piores informações ao produtor vem agora trata-lo como mal informado. Desculpem, mas é demais para minha cabeça!!!
EDUARDO TOLENTINO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/03/2012

Muito oportuno este pensamento Fernando, mas estamos igual ao produtor de leite, plantamos e colhemos com muita dificuldade, mas na hora de vender, são os exportados que colocam o preço que querem, pois não temos uma política para segurar o produto e fazer com que o preço seja remunerador na venda.

Vamos refletir e nos movimentar, pois já passou da hora de entregarmos nosso trabalho suado de mão beijada.Estou com Matielli, temos de bater forte, pois se um banco ameaça quebrar, aparece ajuda de todo lado do governo, eu pergunto e para a agricultura,não tem ajuda nenhuma? Esse Brasil com estes políticos.......Abs.
FERNANDO DE SOUZA BARROS JR.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - TRADER

EM 30/03/2012

Prezados amigos

Infelizmente nós produtores colhemos aquilo que plantamos,nós da Sincal cansamos de falar,de alertar e o produtor não está nem aí,vai lá se endivida,confunde crédito com renda e planta mais café ou seja dá um tiro no pé e depois vem pedir para ser salvo.Pior do que isto! Foi roubado e é até hoje sem saber por que e como!(Pis e Cofins) e Bolsa de N.York(cancelamento de vendas).Vamos combinar além de não ter solidariedade nenhuma (não ajudam a Sincal por exemplo) mal sabem o custo de produção. Chegou a hora do pessoal mais jovem que quer continuar na área aderir a esta luta sem o que vai morrer na praia.

Com relação a mais um ótimo artigo do nosso Presidente Executivo Armando Matielli temos que tomar providencias e as eleiçòes estão aí ,para isto, chegou a hora de cobrar!

Nõa adianta ficar em cima do muro tentando usufruir dos cacos do negócio!


Abraço e até mais
EMANOEL CHEQUETTO

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/03/2012

Gostaria de fazer minhas considerações para os digníssimos usuários deste importante canal de comunicação.

1º Falta mão de obra pelo bolsa família ou pela política de esvaziamento do campo em detrimento aos grandes projetos industriais praticados do final da década de 50 até o final do século passado?

2º Os custos altos com mão de obra da cafeicultura patronal representam uma grande fração porque ela está sendo "muito bem remunerada" ou o preço do produto está muito a quem do realmente deveria?

3º Outra situação que devemos levar em conta é a atual relação homem x terra x capital do meio rural. Assim, será que todas as atividades rurais podem ser socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis tanto para a agricultura familiar quanto para agricultura patronal?

4º Recentemente, na 1º Conferencia Estadual de ATER no Espírito Santo, um colega do Incaper revelou que em seu município menos de 10% da população rural de jovens permanecia no campo. Assim como garantir a médio e longo prazo mão de obra para agricultura?

5º Gostaria também de contemporizar que grande parte dos beneficiários do programa estão na cidades. No campo hoje vivem menos de 16% da população brasileira (na região sudeste, a mais urbanizada, esse número cai para apenas 8%!). Segundo a FAO, 46,5% deste total vivem na pobreza. Portanto, como poderemos dispor de mão de obra qualificada, dentro das necessidades e remunerá-la de forma justa e digna?

Por fim, achei muito oportuna a matéria do colega e encontrei essas poucas observações de extrema pertinência ao tema, lembrando que há inúmeras outras. 
WILSON BOCARDI MACHADO

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/03/2012

Sr. Armando Matielli,

Parabéns por seu artigo. Vejamos que o produtor de café não possui condições para se capitalizar atualmente e auferir lucros, quanto mais para custear a mão-de-obra  e todos os requisitos trabalhistas conforme se faz necessário. Com este preço de R$ 480,00...ai do cafezinho nacional!!

Um abraço,

Wilson Bocardi Machado
Fazenda Santa Catarina - Três Corações/MG
ALBERTO NAOYOSHI OHNUKI

CACONDE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/03/2012

Matielli, parabens pela matéria, porque você falou do meu poblema e dos demais da minha região .  A nossa política cafeeira está dividida entre atravessadores que são as cooperativas e exportadores de cafe x produtores e consumidores finais que pagam o PATO, precisamos reverter para que a cadeia produtiva sobreviva, caso contrario morreremos.
LUIS FERNANDO AMARAL DE ABREU

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 29/03/2012

Não sou produtor, ainda, mas o assunto me interessa muito. É uma pena que não tenhamos alternativas para esses políticos que aí estão, é tudo farinha do mesmo saco. Parabéns pelo artigo.
WELINGTON GERALDO ROSA

ALPINÓPOLIS - MINAS GERAIS

EM 29/03/2012

Alguma coisa está errada, com os atuais preços do café os apanhadores estão conseguindo salários mensais de até R$ 2.000,00 nas panhas, o que daria muito mais do os míseros R$ 1.800,00 por ano para os denominados BOLSISTAS, o problema não é o bolsa familia, e sim a falta de profissionalismo de certos cafeicultores. Quando inúmeros produtores familiares de montanha estão ganhando dinheiro, com os niveis atuais dos preços, alguns não perdem o hábito de chorar.
JOSE LUIZ AMADEU

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/03/2012

Hora de separar o país. Meia duzia de espertalhões manipulando muitos analfabetos através de demagogias e bolsas disso e bolsas daquilo. Pacto federativo é conversa pra boi dormir.
EDUARDO TOLENTINO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/03/2012

Matielli,
Acompanho seu comentários sempre, e vejo o que vc fala é exatamente a realidade da cafeicultura brasileira, não tem ninguém para lutar por nos, digo de uma forma direta no governo, e para piorar o próprio governo nos vê como trabalhadores ricos que não precisamos de ajuda.
Outro fato, esse preço de 480,00 a 520,00 ano passado, foi um alento para nos que sofremos por 8 anos de prejuízo, não adiantou nada este preço, e estamos ainda afundados em dividas bancarias, pois duvido algum cafeicultor não estar individado perante aos bancos.
Para terminar, meus parabéns por sua bravura em defesa de nossa classe, um abraço e continue empenhado.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures